Onda de protestos nos EUA
Vídeo de ação policial que resultou no assassinato do jovem negro Tyre Nichols, 29 anos, desencadeia manifestações. Diretor do FBI se diz horrorizado
Cinco policiais de Memphis, nos Estados Unidos, foram formalmente acusados de assassinato na quinta-feira, 26, devido à morte de Tire Nichols, um homem negro de 29 anos. Ele faleceu em decorrência de uma abordagem violenta de cinco policiais — todos negros. O diretor do FBI, Christopher Wray, disse que ter ficado “horrorizado” com o caso. A polícia federal abriu uma investigação por violação de direitos humanos. O caso está sendo comparado à morte de Rodney King, em 1991, quando a América foi sacudida por revolta nas ruas.
Os protestos já levaram milhares às ruas de Nova York na noite de sexta-feira, 27. O presidente dos EUA, Joe Biden, conversou com os pais de Tire Nichols. O jornal Washington Post divulgou um breve trecho da conversa, onde o presidente menciona como o pai de Nichols está “devastado” pela morte de seu filho e invoca sua experiência de perder um filho.
A ação policial ocorreu em 7 de janeiro, e Nichols morreu três dias depois. Ainda não há, no entanto, detalhes sobre por que ele foi parado pelos agentes e o que de fato ocorreu na abordagem policial. As autoridades de Memphis estão agindo com cautela e algum grau de preocupação com a divulgação das imagens das câmeras presas às fardas dos agentes. Os vídeos foram tornados públicos na sexta-feira.
Nichols foi parado pelos policiais e houve “uma altercação”, durante a qual os agentes jogaram spray de pimenta nele. O homem então fugiu a pé —e a descrição do que se seguiu é imprecisa. “Houve outra altercação num local próximo em que o sr. Nichols sofreu ferimentos graves”. Não há sinais de que ele tenha lutado contra os policiais.
Os cinco policiais foram identificados como Tadarrius Bean, Demetrius Haley, Emitt Martin 3º, Desmond Mills Jr. e Justin Smith. Suas idades variam de 24 a 32 anos e seus tempos de serviço em Memphis vão de dois anos e meio a cinco anos. Eles faziam parte de uma unidade especializada que patrulhava áreas de alta criminalidade da cidade, a segunda maior do estado do Tennessee —e onde mais de 60% dos 630 mil habitantes são negros. •