Como o PT salvou o Brasil: a redução da dívida interna

Ao contrário do que apontam a mídia e os economistas liberais, o país não “quebrou” nos governos do Partido dos Trabalhadores. A realidade, amplamente demonstrada pelos dados, é outra. Em artigos anteriores na Focus Brasil, sublinhamos que, entre 2002 e 2015, a dívida externa bruta caiu de 42% para 18,6% do PIB — após atingir 12,07% PIB, em 2011.

Também destacamos que as reservas cambiais aumentaram mais de 20 vezes — de US$ 16,3 bilhões para US$ 368,7 bilhões. E a dívida externa líquida — a dívida bruta menos reservas —, que era de 37% do PIB, em 2002, passou a ser negativa a partir de 2007. Assim, o Brasil passou a ser credor em moedas estrangeiras, fato inédito na nossa história econômica. Passou a ser credor, inclusive, do FMI, ao qual emprestamos US$ 15 bilhões para seus programas de assistência financeira aos países em desenvolvimento.

Neste artigo, demonstraremos que os governos do PT salvaram o país, reduzindo, também, de forma substancial, a dívida pública interna líquida, o mais importante indicador fiscal de um país.

O gráfico nesta página mostra que a narrativa mentirosa da “crise terminal”, que teria sido provocada por um suposto “populismo” eleitoral do PT, também não se sustenta quanto ao comportamento desse indicador. Note-se que, nos governos do PSDB, a dívida pública líquida dobrou, passando de 29,5% (1995) para 60,4% do PIB (2002).

Por outro lado, em função do crescimento do PIB e do acúmulo de reservas, nos governos do PT a dívida líquida caiu quase pela metade: de 60,4% (2002) para 33,8% do PIB (2013), elevando-se ligeiramente para 37,9% do PIB (2015) – patamar muito reduzido na história recente e bem inferior ao verificado na maior parte das economias desenvolvidos (média de 70,3% em 2014).

Dessa forma, também no caso da dívida pública líquida, os dados demonstram que é mentirosa a narrativa da qual se servem os protagonistas da farsa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, afastada da Presidência da República num golpe canhestro parlamentar e midiático. Com base nos fatos, cabe a pergunta: o Brasil estava quebrado em 2013-2015? Ou estava quebrado em 2002?

E o que aconteceu nos governos Temer e Bolsonaro?

O gráfico mostra que a dívida pública interna passou de 37,9% para 67% do PIB durante os governos Temer e Bolsonaro. Esse patamar, observado em 2020, é ainda superior ao verificado no final dos governos do PSDB — 60,4% do PIB, em 2002. Ou seja, em apenas cinco anos, a dívida interna líquida aumentou quase 30 pontos percentuais, em porcentagem do PIB. Isso mostra, em números, que o que PT construiu em 13 anos, foi desconstruído em apenas cinco anos.

Com o golpe parlamentar, o Brasil só não voltou a quebrar por conta das reservas cambiais acumuladas pelos governos do Partido dos Trabalhadores. Esse legado permitiu ao Brasil absorver o impacto cambial da crise mundial de 2008-2009 e atravessar a atual depressão econômica, sem problemas de escassez de divisas e dificuldades no balanço de pagamentos. Esse legado é o alicerce sobre o qual deve assentar-se qualquer projeto futuro de retomada do desenvolvimento.

Nos próximos artigos, demonstraremos, com mais fatos e dados, que os governos do Partido dos Trabalhadores salvou o país, mantendo a dívida pública bruta em patamares bem inferiores aos observados na experiência internacional, além de ter sido um dos poucos países do mundo a praticar superávit fiscal entre 2003 e 2013.