3 de novembro de 1935

NASCE O SOCIÓLOGO BETINHO, EM BOCAIÚVA (MG)

Nascido em Bocaiuva, Minas Gerais, Herbert José de Souza, que ficou conhecido como Betinho, foi um sociólogo e ativista dos direitos humanos no Brasil. Seu projeto mais conhecido foi o “Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida”.

A iniciativa liderada por Betinho visava contribuir para o combate dessa situação calamitosa, que recebia pouca atenção por parte do poder público. Comitês independentes foram organizados para arrecadar mantimentos. Artistas promoveram shows e eventos em apoio à causa. Segundo o Ibope, cerca de 30 milhões de pessoas contribuiriam para a campanha ao longo de 1994. A sensibilização da sociedade para o problema da miséria levaria o governo Fernando Henrique Cardoso a criar os primeiros programas sociais.

Betinho morreu no Rio de Janeiro, no dia 9 de agosto de 1997, em consequência de uma hepatite C, contraída em uma transfusão de sangue.

29 de outubro de 2006

Lula é reeleito presidente da república

Após uma campanha marcada por acusações, Lula é reeleito presidente do Brasil, com 60,83% dos votos válidos no segundo turno. Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo, obtém 39,17% dos votos.

No primeiro turno, 48,61% dos eleitores haviam votado em Lula; 41,64%, em Alckmin, e 6,85%, na senadora Heloísa Helena (PSOL). Em quarto lugar ficou o ex-ministro da Educação do governo Lula, Cristovam Buarque (PDT), com 2,64% dos votos.

Surpreendentemente, Alckmin teve menos votos no segundo turno do que no primeiro. A pauta da corrupção, que havia ocupado boa parte do discurso oposicionista desde que estourara o escândalo do “mensalão”, foi claramente suplantada pelo crescimento da economia, pelo aumento do emprego e da renda e pelas políticas de inclusão social.

Segundo pesquisa do IBGE de setembro de 2006, a pobreza no país caíra 19% no governo Lula. Entre 2003 e 2006 a economia crescera à taxa média de 3,5%, e foram gerados 6,4 milhões de empregos formais.

A avaliação positiva do governo Lula às vésperas do pleito ajuda a explicar o resultado das urnas: pesquisa Datafolha divulgada quatro dias antes do segundo turno concluía que 53% da população classificava como boa ou ótima a gestão de Lula, e outros 31% a consideravam regular.

 

 

29 de outubro de 1945

CAI A DITADURA

DO ESTADO NOVO

O general Cordeiro de Farias, chefe do Estado Maior das Forças Armadas insurgentes, entrega a Getúlio Vargas, no Palácio Guanabara, o rascunho do documento de renúncia que o presidente deverá assinar.

Eram 21 horas. Naquele momento, a guarda pessoal do presidente já fora substituída por uma unidade motorizada, que ocupava os jardins da residência oficial. Tanques de guerra apontavam para o prédio. Com frieza, Getúlio pede ao seu secretário que datilografe a renúncia, depois de passar rapidamente os olhos pelo documento escrito à mão por seu ministro da Guerra, Góis Monteiro.

“Preferia que vocês me atacassem, para que eu me defendesse, mas já que se trata de um golpe branco, não serei eu o elemento perturbador”, disse Getúlio, que pediu 48 horas para deixar a residência oficial.

No dia seguinte, os chefes militares cortariam a luz, a água e o gás. “Isso está mais parecido com uma ação de despejo que um golpe de Estado”, ironizou o presidente. Em 1º de novembro, um avião da FAB levaria Getúlio para a sua fazenda em São Borja, onde cumpriria um período de autoexílio. Ao sobrinho Serafim Dorneles, que o acompanhou, ele comparou a política a um jogo de xadrez: “Eu sou uma pedra que foi movida da posição que ocupava. E eles pensam que eu vou permanecer onde eles me colocaram. É o grande erro deles”.

27 de outubro de 2002

Dilma Rousseff chega ao comando do Brasil

Com 55,8 milhões de votos (56,05%) no segundo turno, Dilma Vana Rousseff, do PT, é eleita presidenta do Brasil. Primeira mulher a ocupar o cargo, ela vence nas urnas o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), que obtém 43,95% dos votos.

Durante a ditadura, Dilma integrou o Comando de Libertação Nacional (Colina) e, depois, a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), dois grupos de esquerda que defendiam a luta armada como forma de combater o regime militar. Ficou presa por três anos (1970-1972), período em que foi submetida a tortura.

Com a redemocratização do país, Dilma começou a construir sua carreira política. Primeiro, como secretária da Fazenda de Porto Alegre, na gestão do pedetista Alceu Colares, de 1985 a 1988. Depois, como secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, na administração do petista Olívio Dutra, de 1999 a 2002.

Em 2003, foi escolhida por Lula para ocupar a pasta de Minas e Energia em seu governo. Em 2005, assumiu o posto de ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu. Braço direito do presidente Lula em seu segundo mandato, foi indicada para concorrer à sucessão presidencial.

Com a candidatura impulsionada pela alta avaliação positiva do governo e do próprio presidente, superior a 80% — fruto do crescimento econômico com distribuição de renda e da ampliação das políticas públicas na área social — Dilma obteve 46,9% dos votos no primeiro turno, contra 32,6% de José Serra (PSDB) e 19,3% de outra ex-ministra, Marina Silva (PV), que emergia como importante força política. Em 2014, Dilma seria reeleita ao derrotar, no segundo turno, o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB).

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