Em alta, Lula destaca avanços: “Tudo que foi planejado, estamos cumprindo”
“Eu estou voltando para casa tranquilo e certo de que estou curado e que preciso apenas me cuidar, mas posso voltar a trabalhar normalmente”, afirmou
Redação Focus Brasil
“Bem-disposto e absolutamente tranquilo”, assim o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu o estado de ânimo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após reunião na última segunda-feira (16), em sua residência em São Paulo. Recuperando-se desde a alta hospitalar no domingo (15), Lula recebeu atualizações sobre a tramitação da reforma tributária e das medidas fiscais em discussão no Congresso Nacional logo no primeiro dia de alta.
O presidente recebeu alta hospitalar após internação no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para realizar um procedimento preventivo para evitar novo sangramento na cabeça. A intervenção foi realizada na terça-feira passada (10/12) como desdobramento do acidente doméstico que sofreu em outubro, quando bateu a cabeça.
No dia da alta, durante coletiva da equipe médica que cuida do presidente, liderada pelo médico Roberto Kalil, o presidente chegou à coletiva e fez um relato sobre o problema de saúde e sua recuperação e se emocionou. Lula afirmou que acreditava estar curado e só teve a real noção do quadro após passar pela cirurgia.
“Só fui ter noção da gravidade já depois da cirurgia, mas estou tranquilo, me sinto bem. Vocês sabem que eu reivindico o direito de viver até os 120 anos. Então, tenho muita expectativa e sou muito disciplinado para fazer as coisas, tenho um compromisso muito grande com esse País”, disse.
“Eu estou voltando para casa tranquilo e certo de que estou curado e que preciso apenas me cuidar, mas posso voltar a trabalhar normalmente”, afirmou.
Lula disse que seguirá com disciplina as orientações de cuidados previstas pela equipe médica e que fará um grande governo para, ao final de 2026, encerrar o mandato de cabeça erguida como fez em 2010. “Recuperamos tudo o que tinha que recuperar, vocês sabem a quantidade de coisas que estavam desmontadas nesse País”. “Eu quero entregar, em 31 de dezembro de 2026, esse Brasil mais alegre, sem fome, com mais emprego, com mais respeito, sem mentira”.
Encontro com Haddad
No encontro com o presidente, Haddad detalhou o andamento das propostas e destacou a preocupação do presidente com a integridade das medidas econômicas enviadas ao Legislativo. “O apelo que ele está fazendo é para que as medidas fiscais não sejam desidratadas. Temos um conjunto de ações que garantem a robustez do arcabouço fiscal e estamos muito convencidos de que vamos continuar cumprindo as metas fiscais nos próximos anos”, afirmou o ministro.
Entre os temas discutidos, estava o imposto seletivo que incide sobre armas e bebidas açucaradas, alterado no Senado e agora pendente de nova apreciação pela Câmara dos Deputados. Segundo Haddad, Lula foi colocado a par das mudanças e indicou que pode intervir para acelerar a tramitação. “Expus os detalhes do que foi alterado, para que ele pudesse avaliar a conveniência de tomar alguma providência, fazer contatos e orientar a base aliada”, explicou.
Com foco na manutenção da previsibilidade fiscal, Lula e Haddad reforçaram a necessidade de celeridade na votação das propostas, fundamentais para o equilíbrio das contas públicas e para o Orçamento de 2025. “Estamos convencidos de que as medidas serão apreciadas este ano”, concluiu Haddad.
Saúde de Lula
O médico Roberto Kalil Filho informou que o presidente ficará em São Paulo pelo menos até a quinta-feira (19/12), quando será realizada uma tomografia de controle para reavaliação. “Optamos por uma permanência em São Paulo para um acompanhamento mais de perto. O presidente está em alta hospitalar, não de alta médica”, disse Roberto Kalil. E completou: “Se na quinta-feira estiver tudo bem, como a gente espera, ele poderá ir para Brasília”.
De acordo com o médico, assim que deixar o hospital o presidente Lula pode retomar as atividades normais relacionadas ao cargo como reuniões e despachos. As restrições, segundo ele, são para atividades físicas e viagens internacionais. Voos curtos estão liberados.
Prisão de Braga Netto
O presidente comentou a prisão do General da reserva Braga Netto, indiciado na Operação Contragolpe, da Polícia Federal, por tentativa de Golpe de Estado e Extermínio Violento do Estado de Direito. Lula disse que o ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, deve ter todo o direito à presunção de inocência, mas ser punido caso seja provada sua participação em atos antidemocráticos. O Presidente disse ainda que não é possível aceitar o desrespeito à democracia e à Constituição.
“Vou demonstrar pra vocês que tenho mais paciência e sou democrata. Acho que ele tem todo o direito à presunção de inocência. O que eu não tive, quero que eles tenham. Todo o direito e todo o respeito para que a lei seja cumprida. Mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente. Esse País teve gente que fez 10% do que eles fizeram e que foi morto na cadeia”, disse Lula em entrevista coletiva no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde foi anunciada sua alta hospitalar.
“Não é possível a gente aceitar o desrespeito à democracia, à Constituição, e não é possível a gente admitir que num País generoso como o Brasil a gente tenha gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente da República e do seu vice e de um juiz que era presidente da suprema corte eleitoral”, afirmou o presidente.