Durante a Ditadura Militar, Augusto Heleno era capitão do Exército Brasileiro e pertencia à “linha dura” da ditadura, que era contra a redemocratização. Nunca deixou isso escondido, pelo contrário. Em junho de 2023, Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, defendeu o golpe de 1964, que mergulhou o Brasil em uma ditadura da qual o País só sairia 21 anos depois.

 “As coisas são vistas de um lado, como sempre. O deputado acha que o movimento de 1964 matou mais de mil pessoas, o que não aconteceu. Acha que foi um movimento de vingança, de ódio, quando o movimento de 64 salvou o Brasil de virar um País comunista”, alegou o bolsonarista. 

O próprio também pertenceu à chamada “linha dura” do regime durante a Ditadura Militar. No governo Geisel (1974 – 1979), inclusive, ele trabalhava para o general Sylvio Frota, então ministro do Exército, e integrava a ala que se opunha à “abertura lenta, gradual e segura”. 

Em 2004, General Heleno se tornou comandante de paz da ONU no Haiti. No ano seguinte, ordenou a invasão de uma comunidade que terminou na morte de dezenas de pessoas. Segundo relatos, o presidente Lula teria recebido um pedido da ONU para substituir Heleno, o que foi feito dias depois. 

Em 2016, o golpe parlamentar que derrubou, por meio de um Impeachment, a ex-presidente Dilma Roussef, aproximou o General da reserva de Jair Bolsonaro, então deputado federal. Eles eram velhos conhecidos, Heleno foi seu treinador durante o exército e foi seu ministro-chefe chefe do GSI, um entusiasta da visão militar da ocupação da Amazônia, para conter o que considera infiltrações estrangeiras, discurso adotado por Bolsonaro.

Segundo levantamento divulgado em 2019 pela Human Rights Watch, mais de 20 mil pessoas foram torturadas durante a ditadura militar no Brasil. Além disso, 434 foram mortas ou seguem desaparecidas, conforme números oficiais. Durante o período, 4.841 representantes eleitos pelo povo foram destituídos de seus cargos.

A ditadura fechou o Congresso Nacional, cassou habeas corpus e censurou as artes e a imprensa. Em 2014, pela primeira vez as Forças Armadas reconheceram a ocorrência de desaparecimentos e mortes durante o regime em ofício encaminhado à Comissão Nacional da Verdade. Na economia, a manipulação da coleta de informações fez com que os índices oficiais de inflação ficassem artificialmente baixos. 

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