A Polícia Federal prendeu na sexta-feira, 18, sete policiais militares de alto escalão acusados de ajudar manifestantes de direita durante os ataques de 8 de janeiro a prédios dos três poderes da República, em Brasília. Procuradores dizem que as mensagens de texto obtidas dos celulares dos policiais mostram que a Polícia Militar do Distrito Federal estava ciente das intenções dos agressores. Os policiais não apenas falharam em impedir os ataques, mas ajudaram os manifestantes em seus esforços para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre os presos está Klepter Rosa Gonçalves, comandante-geral da Polícia Militar de Brasília. A polícia também deteve outras três pessoas e expediu 16 mandados de busca e apreensão. Investigadores dizem que os oficiais da PM sabiam que os manifestantes pretendiam atacar a capital e espalhar informações falsas sobre a legitimidade do sistema de votação eletrônica do país .

“Havia (um) alinhamento de ideologia — e propósitos — entre os funcionários e aqueles que defendiam a intervenção das Forças Armadas”, diz o relatório do Procuradoria Geral da República. Em 8 de janeiro, os manifestantes invadiram o Congresso, a Suprema Corte e o Palácio do Planalto.

Dezenas de agressores foram presos em conexão com os distúrbios, bem como alguns ex-funcionários do governo, incluindo Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e secretário de segurança pública do Distrito Federal, na época.  •

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