A revista Time inclui o presidente entre as personalidades capazes de fazer a diferença no mundo em 2023, com direito a perfil elogioso escrito pelo ex-vice-presidente dos EUA Al Gore. Ele chama o brasileiro de “campeão do clima”

A volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grande palco da política internacional é incontestável. Embora a mídia corporativa tupiniquim tente menosprezar a atuação do ex-sindicalista que foi eleito três vezes para comandar a maior nação da América do Sul, Lula projeta sua liderança em todo o mundo de maneira positiva.

Na mesma semana que viajou para a China e Emirados Árabes com uma agenda para promover os produtos brasileiros e atrair investimentos, Lula foi escolhido pela revista estadunidense Time como uma das 100 personalidades mais influentes do mundo. Ele figura ao lado de outros líderes políticos, como os presidentes Joe Biden (EUA, Olaf Scholz (Alemanha) e Gustavo Petro (Colômbia).

O perfil de Lula é assinado pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, que fez dobradinha com Bill Clinton ainda nos anos 90 na Casa Branca. No texto, o líder brasileiro é apontado como um “campeão do clima”, em um contexto de ações políticas para mitigar os efeitos das mudanças climática. “Depois de anos de degradação e destruição ambiental sancionadas pelo Estado, o povo do Brasil escolheu um novo caminho ao eleger um campeão do clima: Luiz Inácio Lula da Silva”, escreveu Gore, que é fundador e presidente do Climate Reality Project.

A revista destaca que, como presidente, Lula prometeu fortalecer a posição do Brasil no mundo, renovando o compromisso do país com a democracia, justiça e equidade econômica. “Mas em nenhuma outra área ele pode causar um impacto mais significativo do que nas crises do clima e da biodiversidade”, aponta Gore, citando a alta de desmatamento na Amazônia nos últimos anos.

“O presidente Lula prometeu proteger a Amazônia — e já o fez antes, reduzindo o desmatamento em 72% em seu mandato anterior. Do combate à perda florestal à aceleração da transição para energia limpa no Brasil, a liderança do presidente Lula será fundamental nesta década decisiva para a ação climática”, completou.

A lista dos 100 mais influentes do mundo inclui, entre outros, políticos, artistas, empresários e esportistas e não estabelece uma ordem de classificação. Nenhum outro brasileiro aparece na lista deste ano. No mês passado, a Time também divulgou a lista das 12 mulheres do ano em 2023. Uma das eleitas foi a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Gore coloca que a vontade política para a ação climática floresceu em 2022: com os EUA fazendo o investimento mais significativo em soluções climáticas em sua história com a Lei de Redução da Inflação, enquanto a Austrália elegeu um governo pró-clima e se comprometeu com maiores reduções de emissões. E não poupa Bolsonaro, apesar de não mencioná-lo: lembrando da eleição de Lula, “depois de anos de degradação e destruição ambiental sancionadas pelo Estado”.

“O Brasil abriga uma das maravilhas naturais mais importantes do nosso planeta: a floresta amazônica”, lembra Al Gore. “Depois de muitos anos de crescente desmatamento e incêndios florestais, a Amazônia está se transformando de um sumidouro de carbono em uma fonte líquida de emissões”. 

Em maio do ano passado, Lula foi capa da revista Time, que trouxe uma longa entrevista destacando que “o presidente mais popular do Brasil retorna do exílio político com a promessa de salvar a Nação”. O texto altamente elogioso colocava o líder brasileiro como a promessa de recolocar o país no rumo do desenvolvimento com Justiça social.

“A vida de Luiz Inácio Lula da Silva já completou vários arcos dramáticos. Primeiro, a jornada do herói: uma criança nascida na pobreza muda-se para a cidade grande, passa a liderar um sindicato e então se torna o presidente mais popular da história do Brasil moderno”, apontava a reportagem, na edição de 4 de maio. “Em seguida, a tragédia: um célebre estadista é envolvido em um esquema de corrupção impressionante, enviado para a prisão e forçado a assistir do lado de fora enquanto rivais desmantelam seu legado”.

A final cita a reviravolta ocorrida em abril de 2021, quando o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações por corrupção que excluíram Lula – como ele é universalmente conhecido – da política em 2018. O STF declarou Sergio Moro, que condenou Lula, como um juiz tendencioso. •

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