A desigualdade crescente
O estarrecedor relatório da desigualdade divulgado pela Oxfam Internacional converte em números o que está à vista de todos: a pobreza latente de pessoas em situação de rua contrasta violentamente com prédios suntuosos e carros de luxo. A boa notícia é que, agora, o Brasil tem governo. E é deste governo que saem medidas para fazer valer o mantra de Lula desde a campanha: é preciso colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda.
Intitulado “A ‘Sobrevivência’ do mais rico – por que é preciso tributar os super-ricos agora para combater as desigualdades”, o documento aponta que o 1% mais rico do mundo (cerca de 900 mil pessoas) ficou com quase 70% de toda riqueza gerada desde 2020 — o equivalente a US$ 42 trilhões, seis vezes mais do que os US$ 7 trilhões obtidos por 90% da população global — 7 bilhões de pessoas.
Nos últimos três anos, enquanto cada super-rico abocanhou em média US$ 46,6 milhões, a maioria dos 90% da população ficou com apenas US$ 1 mil, em média. “Pela primeira vez em 30 anos, a riqueza extrema e a pobreza extrema cresceram simultaneamente”, diz o relatório. O texto foi divulgado em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que: o governo pretende aprovar no Congresso Nacional uma reforma tributária ainda em 2023. A ideia é fracionar em duas etapas — alterar o sistema de imposto sobre consumo no primeiro semestre e de imposto sobre renda no segundo semestre. • Agência PT