As pesquisas mostram pequena variação na posição do petista na corrida presidencial, enquanto Bolsonaro, timidamente, avança sobre uma parcela do eleitorado. A diferença chega a 15 pontos

 

 

A campanha eleitoral de 2022 começou oficialmente em 16 de agosto. Candidatos, agora com seus números de registro, podem começar a pedir voto. Há menos de 40 dias das eleições, as pesquisas evidenciam estabilidade na intenção de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E e um leve, porém consistente, aumento na intenção de voto no presidente Jair Bolsonaro (PL).

As pesquisas convergem quanto ao desempenho de Lula. Na pergunta sobre intenção de voto estimulada — em que o pesquisador apresenta a lista de candidatos ao entrevistado —, a   Quaest mostra o candidato do PT com 44% da intenção de voto. O Datafolha, com 47%. E o IPEC com 44%. Por fim, a FSB, 45%; e o Idea Big Data, 44%. A variação máxima entre os institutos é de 3 pontos percentuais — 47% do DataFolha versus 44% do IPEC.

Já Bolsonaro aparece com 32% na Quaest, 29% no Datafolha, 32% na IPEC, 36% na FSB e 36% na Idea BigData. Ou seja, as variações entre os institutos são mais significativas. O delta entre o Datafolha — instituto que dá o pior desempenho a Bolsonaro — e FSB — o melhor desempenho — chega a ser de 7 pontos percentuais. O que não é pouco significativo.

Ainda que com variações, todas as pesquisas convergem na redução da distância entre os candidatos. No levantamento Datafolha de agosto, a diferença entre os dois, que era 21% em dezembro, chegou a 15% em agosto.

Para entender a evolução, vale olhar para as segmentações, nos gráficos 1 (nesta página) e 2 (na página seguinte).

Como se nota, Lula segue com grande vantagem — e com tendência de crescimento — entre a base da pirâmide, a população que ganha de até 2 salários mínimos — R$ 2.424.

Já entre a população de 2 a 5 salários mínimos R$ 2.424 a R$ 6.060 — os institutos apresentam diferenças de diagnósticos bastante significativos, mas com uma tendência geral de recuperação de Bolsonaro entre eleitores nesta faixa de renda.

No quadro abaixo, propomos uma reflexão. Mostramos as últimas pesquisas dos principais institutos com o desenho amostral por renda e a intenção de voto nos candidatos à Presidência. Na última coluna, somamos a diferença entre intenção de voto no Lula e no Bolsonaro. Em vermelho com números positivos, os segmentos que Lula venceria. Em azul, com números negativos, os segmentos que dão vantagem a Bolsonaro.

Como se pode ver, as amostras que conferem maior peso à população de até 2 salários-mínimo são do IPEC e DataFolha, com 55% e 52%, respectivamente. A Quaest, em contraposição, é a que guarda menor porcentagem desta faixa de renda, com 38%.

Nota-se novamente que entre a população com renda de até R$ 2.424, Lula dispara com larga vantagem em relação a Bolsonaro. Todas as pesquisas dão vantagem ao candidato petista e a diferença entre os institutos não chega a 5 pontos percentuais. A FSB dá a maior vantagem a Lula com 33 pontos, enquanto IPEC e Quaest dão a menor vantagem com 28 pontos. Neste segmento, se as eleições fossem hoje, Lula venceria com tranquilidade já no primeiro turno.

Já entre a faixa de renda entre 2 a 5 salários-mínimos, os institutos divergem. Enquanto FSB, DataFolha e IPEC dão vitória a Lula, Quaest dá a Bolsonaro. Além disso, a distância entre os dois candidatos nessa faixa de renda varia entre os institutos até 13 pontos — IPEC dá -9 e Quaest 4 pontos. •

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