Empresa norte-americana Alvarez & Marsal terá de abrir ao tribunal quais serviços foram prestados pelo ex-ministro de Bolsonaro e quanto ele recebeu. O ex-juiz foi contratado em outubro de 2020 após ser defesnetrado do governo

 

O ex-todo-poderoso juiz federal Sérgio Moro, ministro da Justiça de Jair Bolsonaro até abril de 2020, está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro Bruno Dantas determinou que a consultoria americana de gestão de empresas Alvarez & Marsal, que contratou o ex-juiz a peso de ouro, revele quais serviços foram prestados pelo ex-juiz e os valores pagos ao pré-candidato a presidente da República pelo Podemos.

Moro foi contratado em outubro de 2020 pela Alvarez & Marsal após pedir demissão, em abril, do Ministério da Justiça, depois de ser espinafrado por Jair Bolsonaro, a quem agora critica. Em outubro de 2021, Moro deixou a empresa para se lançar pré-candidato à Presidência. A Alvarez & Marsal é o escritório que atuou como administrador judicial da Odebrecht, empreiteira investigada pela Lava Jato.

Na terça-feira, 11, Dantas rejeitou o pedido do procurador Júlio Marcelo de Oliveira em que reivindicava participação no processo sobre a relação do ex-juiz com a Alvarez & Marsal. Oliveira foi repreendido no despacho de Dantas, que considerou haver “tentativa de causar tumulto processual”. De perfil lava-jatista, o procurador sustentava que ele é quem deveria representar a instituição nos autos. Oliveira é um apoiador de Moro.

Dantas disse que as razões apontadas pelo procurador “são insuficientes para satisfazer os requisitos legais” que justificassem sua atuação. “Enfatizo que simpatia pessoal ou convergência ideológica não se confundem com interesse público”, afirmou.

A abertura de investigação atendeu a pedido feito pelo subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado. Ele quer a “apuração de prejuízos ocasionados aos cofres públicos pelas operações supostamente ilegais dos membros da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz Sergio Moro, mediante práticas ilegítimas de revolving door, afetando a empresa Odebrecht S.A., e lawfare, conduzido contra pessoas investigadas nas operações efetivadas no âmbito da chamada Operação Lava Jato”. 

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