15 de novembro de 1889

País assiste à Proclamação da República

“O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada”, escreveu o jornalista Aristides Lobo sobre os eventos ocorridos em 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro. Lobo foi um dos fundadores do jornal “A República”, difusor de ideias republicanas durante o regime monárquico no Brasil.

Liderada por Deodoro da Fonseca, a Proclamação da República encerrou a monarquia brasileira, destituindo o então imperador Dom Pedro II. Os anseios democráticos de alguns republicanos à época, porém, não se confirmaram.

O movimento encabeçado pelo Exército — e apoiado pelas elites intelectuais, igrejas e latifundiários — deixou à margem a maioria esmagadora da população. Enquanto o Estado republicano se organizava para atender aos interesses das elites econômicas, o povo permaneceria em situação de miséria e exploração.

 

Outras datas históricas

14/11/1941: Domenico Losurdo, intelectual marxista, nasce na Itália

16/11/1913: Nasce David Capistrano da Costa (1913-1974), militar e militante do PCB, torturado e assassinado pela Ditadura Militar.

17/11/1983: Fundação do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN).

9 de novembro de 1988

A primeira experiência eleitoral do PT

A vitória eleitoral do PT e outras siglas da oposição, em 15 de novembro, reforça os sinais de enfraquecimento da ditadura no Brasil. Foi a primeira experiência eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT), fundado em 1980, dois anos antes, em oposição ao regime militar.

Nas eleições de novembro de 1982, os partidos de oposição alcançaram maioria na Câmara dos Deputados e conquistaram o governo dos dez maiores estados brasileiros, superando as regras eleitorais restritivas.

O PT lançou ao governo de São Paulo Luiz Inácio Lula da Silva, que obteve 1,144 milhão votos, ficando em quarto lugar. O partido elegeu seis deputados em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Rio de Janeiro.

O partido que apoiava o regime militar, o PDS, manteve o controle do Colégio Eleitoral, mas o projeto de sobrevivência da ditadura foi definitivamente comprometido pelo resultado das urnas.

 

 

15 de novembro de 1988

Vitórias eleitorais petistas NAS capitais

Na primeira eleição posterior à redemocratização, em que todos os municípios elegeram conjuntamente seus prefeitos, os partidos governistas mantiveram o maior número de prefeituras, mas perderam força nos grandes centros urbanos para a oposição. O PT conquistou vitórias eleitorais importantes em três capitais: Luiza Erundina, em São Paulo (SP); Olívio Dutra, em Porto Alegre (RS); e Vitor Buaiz, em Vitória (ES).

O ano de 1988 vinha sendo marcado por numerosas greves, em decorrência da grande insatisfação popular com a inflação, a perda de poder aquisitivo e o arrocho salarial. O reflexo eleitoral desse quadro social foi o enfraquecimento dos partidos hegemônicos na transição em favor das legendas progressistas de oposição.

18 de novembro de 2019

DILMA INSTALA COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE

“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”.

Pronunciada pela presidenta Dilma Rousseff na cerimônia de posse dos integrantes da Comissão Nacional da Verdade (CNV), a frase sintetiza a motivação que levou à criação de um órgão para investigar e revelar violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988 no Brasil.

Em 2010, Lula enviou ao Congresso o projeto de lei de criação da comissão, aprovado e sancionado em novembro do ano seguinte pela presidenta Dilma — ela própria vítima de tortura durante a ditadura militar. Ao longo de quase três anos, os membros da CNV colheram depoimentos, realizaram audiências e sessões públicas e visitaram unidades militares utilizadas pelas Forças Armadas para práticas violadoras de direitos humanos.

Os fatos apurados, reunidos no relatório final da comissão, confirmaram 434 mortes e desaparecimentos de vítimas do regime. A CNV apontou, ainda, 377 agentes da repressão como responsáveis direta ou indiretamente pela prática de tortura e assassinatos durante a ditadura militar.

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