O Centro de Análise da Sociedade Brasileira (CASB) é uma iniciativa das fundações Perseu Abramo (PT), Lauro Campos e Marielle Franco (PSOL), Maurício Grabois (PCdoB) e Rosa Luxemburgo (vinculada ao partido alemão Die Linke – A Esquerda). Tem como objetivo aprofundar o entendimento sobre as mudanças na sociedade brasileira e produzir diagnósticos – auxiliando os partidos e o governo na tarefa de democratização da sociedade e das instituições; e na organização do campo democrático popular.

No dia 12 de dezembro, realizou o encontro do Grupo de Trabalho Empresariado. O objetivo dos encontros é ampliar sua escuta do que tem a dizer especialistas e pesquisadores (da academia, de movimentos sociais e fundações partidárias); e também produzir pesquisas próprias pelo Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos da FPA (NOPPE).

O GT Empresariado buscou discutir a relação do empresariado brasileiro – em seus diversos portes e setores – e a extrema direita no último período. O relatório busca explicar qual a trajetória do setor na Nova República (num ensaio de aproximação com o PT, seguida de um rompimento, articulação de golpe e depois apoio a Bolsonaro). Também irá abordar sua capilaridade e como está organizando a disputa de valores na sociedade.

O debate contou com as exposições de Davi Emerich, assessor parlamentar, gabinete da Senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI dos atos antidemocráticos; Isabela Kalil, antropóloga, professora da FESPSP e conselheira do CASB; e Sávio Cavalcante, sociólogo, professor da Unicamp. Os debatedores foram Ana Penido, pesquisadora do Observatório da Defesa e Soberania Nacional do Instituto Tricontinental; Hugo Fanton, cientista político, Cenedic/DCP-USP, UNI-Freiburg e ABI-Alemanha; e Juliane Furno, economista, professora da UERJ.

Para nortear a conversa, algumas perguntas foram colocadas como ponto de partida. O que explica a mudança de posicionamento do empresariado brasileiro entre 2011 e 2016? O que explica que, em agosto de 2011, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, junto com diversos setores da construção civil, indústria de autopeças, têxteis estivessem numa cerimônia de apoio ao governo no lançamento do Plano Brasil Maior, além da Central Única dos Trabalhadores, e, cinco anos depois, fossem um dos principais articuladores do golpe contra Dilma? E sete anos depois os principais apoiadores de Bolsonaro contra Fernando Haddad? Qual a base de classe da extrema direita? Qual a relação da estrutura, identidade de classe e o fenômeno da extrema direita?

A íntegra do relatório está disponível aqui.

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