Meu nome é Dilma
A guerra midiática contra o PT, contra o governo Dilma e o ex-presidente Lula, vai tomando contornos que raiam ao absurdo. Assistimos ao julgamento do processo 470 que, “naturalmente” por coincidência, foi realizado em perfeita sincronia com a eleição municipal. Enquanto isso, processo similar e anterior que atinge os tucanos mineiros dorme profundo sono. E há quem diga que “agora se fez justiça”. O tsunami judicial atingiu forte quadros importantes do PT paulista. Seria de se esperar que isso ferisse de morte o partido. Resultado: ganhamos a eleição em SP.
Logo em seguida, partem para cima de Lula com acusações feitas pelo mesmo personagem que tem brilhado nos dois processos citados. Ele, em busca de alguma redução de pena, acusa o ex-presidente de tudo e mais um pouco, fora dos autos de um processo já encerrado, e não mostra provas. A imprensa faz desse episódio o centro do mundo. Mas, que eu saiba, o povo não deu a mínima para essa manobra. Lula continua sendo considerado pelo que fez a favor das pessoas, principalmente dos mais pobres, em seus dois governos.
Em paralelo e crescendo, a grande imprensa vem construindo a idéia de que o país está em crise, que o mundo vai acabar mesmo por aqui.
Só que a inflação continua dentro da meta. As exportações continuam maiores que as importações (lembram-se da crise cambial de FHC, em que a paridade dólar-real quase quebrou o país?). O câmbio está estável e de bom tamanho.Reservas internacionais dez vezes maiores do que as que o PSDB nos entregou. A taxa de investimento (público e privado), que dizem estar baixa, nos dois anos de Dilma tem sido superior à média dos dois últimos anos de Lula (a taxa é realmente baixa para nossas necessidades, mas não está despencando, como querem fazer crer).
O salário mínimo continua crescendo mais que a inflação, beneficiando milhões de trabalhadores. O nosso sistema de crédito continua bombando, porém em trajetória segura.
E a taxa de juros básica da economia, que era a maior do mundo? Diziam que se baixasse, o capital externo fugiria do país. No entanto, ela vem caindo desde Lula, e agora com Dilma. Aproveitando-se da crise externa, simplesmente despencou (o que os tucanos não fizeram quando das crises externas da Rússia, do México e da Argentina). E mais. Nosso governo fez os bancos estatais, principalmente a Caixa e o BB, atuarem no mercado, puxando pra baixo os juros ao consumidor e às empresas.
Sabem a dívida pública? Em 2002 era de 60,4% do PIB. Hoje está na casa dos 35% do PIB, de acordo com último dado divulgado em novembro de 2012. É a menor desde 1998. O desemprego continua caindo. Só em 2012 foram mais 1,7 milhões de empregos formais a mais no Brasil. Com isso tudo – e olhe que não falei nos programas sociais –, a participação dos salários no PIB também não para de crescer. Em 2002 era cerca de 46%. Hoje é mais de 53%. A classe E praticamente desapareceu, e a D caiu mais de 50% em relação a situação de 1998. Hoje as classes D e E somam apenas 16%, e eram 47% em 1998.
Para fechar com chave de ouro o festival de besteiras que querem impingir ao país, passaram a divulgar que íamos ter uma grande crise energética, com apagão e tudo. E agora, que a presidenta vai à televisão anunciar a redução da conta de luz para o povo e para as empresas, reduzindo o custo Brasil e aumentando a renda das pessoas, (veja o pronunciamento de Dilma http://migre.me/d2zzR), vem o PSDB acusá-la de usar o pronunciamento presidencial para fazer política eleitoral.
Dizem que vão processar a presidenta. Muito bom que tenham saído de cima do muro. São contra a redução da conta de luz, negam que hoje temos capacidade de geração de energia superior às necessidades do país. Apostam na mentira. Querem amordaçar a presidenta da República, que por eles poderia, talvez, apenas colocar a cara na TV e dizer: “Meu nome é Dilma”.
*Pedro Eugênio, deputado federal (PT/PE), presidente do Diretório Estadual do PT/PE e membro do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo.