O curso “Direitos humanos em tempo de barbárie” foi aberto pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e pelo PT com um seminário realizado no dia 6 de julho, em São Paulo, e teve como integrantes da mesa Vivian Farias, Adriano Diogo, José Genoino, Ivan Seixas, Tida Vernucchi e Gil Kairós, além de outros ativistas da área de direitos humanos.

Para Vivian Farias, da direção nacional do PT (PE), formular e pensar sobre os direitos humanos é algo que assume particular importância nesta época de grande afronta e ruptura das premissas basilares do acordo constitucional de 1988, com o golpe. Na mesma linha foi a militante do MST, Tida Vernucchi, que destacou o valor do estudo para reinventar metodologias de luta e a importância da priorização desta prática pela FPA e pelo PT, que abriram no final de semana seis cursos de formação política em todo o país.

O  Secretário Estadual de Formação do PT do PI, Gil Kairós, disse que os cursos de Difusão chegam hoje a lugares onde nunca antes foi possível fazer um curso do PT. “A comunicação por meio da internet faz que a nossa política de formação seja de unidade e ocorra em sintonia com todas as bases em todo o estado”, destacou. “Nós compreendemos que discutir as violações aos direitos humanos é muito importante para fortalecer cada um dos movimentos, seja de mulheres, negros, da juventude, seja o combate à tortura. Nossos mandatos e nossos espaços de poder precisam mais do que nunca acumular força para continuar lutando.”

Segundo José Gonoino, um dos professores do curso e também protagonista na resistência à ditadura, os direitos humanos têm uma razão fundante do ponto de vista de quem luta pela liberdade, igualde e democracia. “Se você quer uma sociedade civilizada, libertária, onde as pessoas não são coisas e a prerrogativa de ser representa uma potência política de cada um, os direitos humanos são essenciais.” Ele afirmou ainda que é muito importante incorporar de maneira transversal essa luta, que está no centro e sempre esteve presente. E fundamental que um partido de esquerda como o PT coloque essa pauta em sua linha estratégica.

Outro protagonista da resistência ao regime militar, o professor Ivan Seixas, ressaltou que a violação aos direitos humanos é sempre cometida pelo Estado em relação ao cidadão, seja por ação, seja por omissão, quando agride as pessoas ou não as protege por meio de políticas públicas. “O Estado é da burguesia. Hoje vemos alguns se escandalizando quando o Judiciário é tendencioso ao prender a militante Preta, líder das ocupações em São Paulo, ou o Lula, como se fosse absurdo, mas nesses casos o Estado é o violador. Quando não interessa mais à burguesia a figura do Lula ou quando o movimento de moradia questiona a propriedade privada são cometidas todas essas arbitrariedades e até massacres. É a burguesia mantendo seu poder”. Ele disse também que o fascismo se nutre do medo, por isso não se pode ter medo da direita que está hoje no poder. E que a única forma de enfrentá-la é organizadamente, coletivamente.

 

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