Logo na semana que sucede a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, seus aliados que já estão no Congresso preparam uma ofensiva para aprovar projetos reacionários e que colocam em risco conquistas do povo brasileiro. No Senado, Magno Malta tenta inserir na Lei Antiterrorismo um trecho que criminaliza movimentos sociais e coloca em risco a oposição ao novo governo. Já na Câmara, parlamentares tentam avançar na tramitação do projeto de lei “Escola sem Partido”, que ataca a liberdade de cátedra e de expressão dos professores brasileiros.

Não obstante, Bolsonaro trabalha em conjunto com o presidente golpista Michel Temer para acelerar um projeto de Reforma da Previdência. Seu provável ministro da Fazenda, Paulo Guedes, defende um modelo previdenciário similar ao aprovado no Chile durante a ditadura de Pinochet, e que os chilenos tentam até hoje alterar devido ao seu fracasso. No modelo chileno, de capitalização, cada pessoa é responsável pela sua poupança, e não há repartição entre as diferentes contribuições. No Chile, isso resultou em boa parte da população, principalmente a mais pobre, não conseguir uma aposentadoria que consiga garantir sua própria subsistência. Politicamente, aprovar uma reforma do sistema previdenciário até o final do ano seria uma forma de evitar que uma medida tão impopular fosse tomada pelo próprio Bolsonaro em seu governo.

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