O 24º encontro do Foro de São Paulo (FSP) realizou-se entre 15 e 17 de julho, na cidade de La Havana, em Cuba, precedido de várias atividades, como a reunião entre o Partido da Esquerda Europeia e o Foro que se pretende fortalecer no futuro próximo, as reuniões das sub-regiões, entre outras.

O encerramento, na tarde do dia 17, contou com a presença dos presidentes de Cuba, Miguel Dias Canel, eleito em abril deste ano, Evo Morales, da Bolivia, Nicolás Maduro, da Venezuela, e Sánchez Cerem, de El Salvador. Todos eles, em suas intervenções, foram unânimes em reivindicar a liberdade de Lula e o direito de ele ser candidato à presidência do Brasil nas próximas eleições.

Entre os aproximadamente seicentos participantes, estavam delegadas e delegados brasileiros do PT, PCdoB, PSOL e PDT. A secretaria executiva do FSP está desde o início sob responsabilidade do PT, e quem responde por ela atualmente é a Secretária de Relações Internacionais, Monica Valente.

Nos encontros do FSP, os debates realizam-se a partir de um documento de base elaborado com antecedência e, na conclusão do evento, aprova-se uma Declaração Final que resume as discussões e as resoluções políticas, bem como um plano de trabalho para o ano até o encontro seguinte.

Na declaração final deste 24º encontro, destacam-se a avaliação da ofensiva reacionária, conservadora e restauradora na América Latina e Caribe apoiada nas ações do imperialismo das grandes potências, em particular, dos EUA, e que tem alcançado um nível de articulação no continente sem precedentes durante os últimos anos. Esta articulação, além dos ataques à soberania das nações da região, fortalece as medidas econômicas de financeirização e as privatizações, bem como como de perseguição aos migrantes, e gera riscos à paz no continente.

É necessário que o FSP promova maior intercâmbio entre seus integrantes para melhor estudar e compreender estas táticas. Da mesma forma, além do combate ao imperialismo, a declaração final condena as iniciativas da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Grupo de Lima quanto às suas ingerências na Venezuela, o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba e a ocupação da base de Guantánamo e a permanência da ocupação colonial no Caribe e nas Ilhas Malvinas.

A declaração enfatiza a necessidade de fortalecer a integração latino-americana e caribenha, bem como a preservação da paz na região de acordo com a declaração da Celac de 2014 e também de ampliar as experiências democráticas de governo com caráter popular, rechaçando claramente a ideia disseminada pela direita e a mídia de que foi encerrado o ciclo de governos progressistas.

 

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