Em Montevidéu, Jornada Continental debate avanço do neoliberalismo
“Não há uma região do mundo hoje onde os direitos não estejam sendo atacados. O ataque está acontecendo em todas as regiões do mundo”, alertou o presidente da CSI (Confederação Sindical Internacional) e diretor da CUT, João Felício, no segundo dia da “Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo”, nesta sexta (17) na capital do Uruguai, em Montevidéu.
Com o objetivo de traçar perspectivas, tentar caminhar para uma realidade melhor do que a atual e fazer o combate do futuro na América Latina, a Jornada, que acaba no próximo sábado (18), reúne mais de três mil pessoas do mundo todo. A grande discussão do encontro é como enfrentar esta onda neoliberal que o mundo passa.
No Brasil a EC 95, que congela investimentos nas políticas básicas, como saúde e educação, e a Reforma Trabalhista encaminhadas e sancionadas pelo atual e ilegítimo presidente Temer acabam por diminuir o papel do Estado, priorizando as necessidades do capital, projeto de governo de Temer e de seus aliados que tomaram o poder para atender ao mercado.
“Todas as reformas que tem ocorrido no Brasil e no mundo ocorrem são para escapar dos tributos, que além de muitas empresas sonegarem acabam buscando formas de obter lucros e ao mesmo tempo acaba impondo aos estados uma baixa arrecadação, no qual destrói o Estado”, afirmou Felício, em sua participação em uma das quatro mesas simultâneas que aconteceram na parte da manhã na Jornada com o tema “Democracia e Soberania”.
Felício ainda apontou o fim da negociação tripartite. Ele afirma que este tipo de negociação está sendo trucidado por governos e empresários. O presidente da CSI contou que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) está tendo um forte ataque do capital, de empresários e grande maioria dos governos.
“Se tentou recentemente tirar da OIT o poder normativo do direito de greve, o mais sagrado direito da classe trabalhadora. Para quem está descontente com perdas de direitos só sobrava para nós, uma questão fundamental: decretar greve. É um direito humano, não apenas um direito relacionado com ao mundo do trabalho”, contou indignado, João Felício.
Mas para o presidente da CSI, “apesar de estarmos vivenciando um retrocesso no nosso continente nós não podemos perder a capacidade e a esperança da luta”.
“Nós temos que ter lado nesta história. A luta contra o capital é isso!”, finalizou Felício.