Brasil Que o Povo Quer é debatida com nove estados da Amazônia
Com informações de Regiany Nascimento
A plataforma Brasil Que o Povo Quer foi apresentada na tarde de ontem (29) ao público de Seminário Fórum do PT Amazônia, em Santarém (PA), que reuniu representantes de nove estados da Amazônia. No período da manhã, a senadora e presidenta do PT Nacional, Gleisi Hoffmann, anunciou em coletiva de imprensa que Lula fará a Caravana Lula Pelo Norte.
Durante o evento, o diretor da Fundação Perseu Abramo (FPA) Artur Henrique da Silva Santos coordenou o debate A Amazônia e o Brasil que o povo quer, no qual apresentou a metodologia, que prevê a escuta de toda a sociedade sobre a construção de um projeto para a governança do Brasil. Também foi apresentado um texto com os temas centrais para o Plano de Governo do PT de 2018, incluindo um processo de construção de planos regionais, com as especificidades locais. “A plataforma coloca a possibilidade de realizar um novo trabalho de base. Esse processo também poderá fortalecer as bases do Partido”, destacou Artur.
Com dinâmica própria, a região Amazônica é majoritariamente banhada por rios. Possui questões econômicas, ambientais e culturais específicas. Belém, capital do Pará, por exemplo, é o pior município em cobertura vegetal. Nesse sentido, o Bioma Amazônico requer ações e políticas públicas que desenvolvam ainda mais a região.
Lula conseguiu desenvolver uma experiência de governo com participação popular, como a construção do Plano da BR 163 dentro deste princípio. No seminário, os diversos debates propuseram o fortalecimento do PT dos nove estados da Amazônia, compreendendo o papel essencial da comunicação para pulverizar a cultura específica de cada microregião.
A reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Raimunda Monteiro, também debateu o tema A Amazônia e o Brasil que o povo quer. Segundo ela, o PT precisa retomar o protagonismo, discutindo sobre a Amazônia Sustentável, sistematizando principalmente o que é e o que não é consenso. Destacou ainda que nesse processo de retomada, é preciso formular sobre o papel do Estado, fundamentalmente a ideia do Estado que planeja, formula e envolve discussões estratégicas sobre o papel da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), entre outros órgãos regionais.
“Temos que retomar o debate estratégico sobre a economia, envolvendo floresta, água, pesca, solos, considerando a concepção de equilíbrio ambiental. O solo vem sendo usado por uma produção de alimentos envenenados. É preciso que produzamos para a vida, e a agricultura familiar precisa encampar essa ideia. A região da Várzea, por exemplo, é própria para grãos, poucos países tem essa riqueza”, exemplificou a reitora.
Raimunda enfatizou ainda que a economia na região precisa ser revista, com o olhar voltado para o mercado e a inovação. “Investimentos em produção daquilo que falta na Índia, na China e em outros países pode fortalecer a Amazônia no mercado externo”. “Temos que estudar e considerar de onde partimos em cada município e região. Por exemplo, 60% das cidades tem um grande déficit de saneamento básico. Para avançar, temos que ir além da defesa da escola pública. Temos e disputar a formação intelectual da sociedade”, finalizou.