Evento pretende subsidiar ações da militância que fortaleçam a democracia e ajudem a implantar e consolidar políticas voltadas à diversidade

Começou na sexta-feira (19/9) o seminário “A realidade das pessoas LGBTQIA+ e os desafios do PT”, iniciativa da Fundação Perseu Abramo (FPA) e da Secretaria Nacional LGBT do PT que reuniu militantes, parlamentares e lideranças de movimentos sociais para debater estratégias que impulsionem a pauta de direitos e o combate à intolerância, violência e desinformação sobre esta população no Brasil.

Participaram da mesa de abertura o presidente e o vice-presidente da FPA, Paulo Okamotto e Brenno Almeida, o secretário estadual LGBTQIA+ do PT São Paulo Marcelo Morais, a secretária Nacional LGBTQIA+ Janaina Oliveira e a suplente de Deputada Federal Ruth Venceremos, como mediadora.

Okamotto disse que o PT tem muitos desafios para ampliar sua inserção na sociedade brasileira e ser capaz de dialogar com a militância, os simpatizantes e aliados para organizar sua atuação política. “Neste sentido, a Fundação tem se colocado no papel de estimular o trabalho de base e pensar a construção partidária”, afirmou. E ainda destacou o papel das secretarias e setoriais na produção de políticas públicas. “Se queremos ver atendidas nossas reivindicações, precisamos construir um trabalho mais forte das secretarias nos estados e municípios, para organizar os militantes e chegar a ter uma inserção política importante”.

Janaína Oliveira destacou a importância de atuar em parceria com a Fundação Perseu Abramo e afirmou que estamos em um momento crucial de encontro das secretarias e setoriais para definir as ações que possibilitarão reeleger Lula. “O PT foi o primeiro partido a formular política para as pessoas LGBTQIA+ no país, e a comunicação e formação são chaves para construir o projeto político no qual a gente acredita. Vamos precisar mudar essa imagem de que queremos destruir famílias e teremos de usar as redes para ampliar nossos diálogos”.

Marcelo Morais lembrou que por muito tempo a população LGBTQIA+ esteve ausente dos parlamentos e fundações e que o PT foi o partido que mais construiu parlamentares desse segmento até hoje. “No último processo eleitoral saímos de 9 para 21 eleitos em São Paulo, e foi para isso que trabalhamos na secretaria. Isso é muito importante para pensar de fato nossa realidade e conseguir avançar”, pontuou.

De acordo com Brenno Almeida, a luta é para entregar ao partido a transformação da cultural política. “Nós não estamos pedindo licença, temos de responder com ação, ocupando espaços com qualidade. Nossa orientação sexual precisa ser naturalizada no fazer cidadão, nossa cidadania deve partir do princípio que naturalizamos quem somos. Eu sou um trabalhador cuja contingência natural é ser um homem gay. Isso me dá uma possibilidade generosa de ampliar minha atuação na sociedade reforçando direitos, já que outros e outras não têm essa oportunidade de exercer plenamente sua cidadania”.

Acompanhe a cobertura das mesas temáticas na Revista Focus.