Reconexão Periferias pauta direitos de pessoas privadas de liberdade
O programa Reconexão Periferias que estreia na terça-feira, 17 de dezembro, entrevista das fundadoras da organização Associação de amigos e familiares de presos (Amparar), Railda Alves, que entrou na luta pelos direitos de pessoas privadas de liberdade quando seu filho de 14 anos foi para a Febem, em meados de 1997. “Foi um processo muito difícil, de várias rebeliões e muitas torturas. Quando ele foi para lá, deparei com a situação e falei: tenho de fazer algo, precisa ser feito algo nesse espaço”, lembra. Segundo ela, o local se assemelhava a um campo de concentração. “Quando a gente chegava para visitar os adolescentes e os abraçava, eles sentiam dor, porque tinham apanhado, viviam em condições desumanas. O tempo todo eram torturados psicológica fisicamente”, relata.
A Amparar nasceu em 1997, a partir de um grupo de mães que se organizaram para defender seus filhos das torturas e abusos praticados dentro da Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor de São Paulo (Febem). Foi instituída juridicamente em 2004 e, desde então, atua na defesa dos direitos humanos de adolescentes e adultos encarcerados e egressos do sistema penal e de seus familiares.
Suas principais atividades são atender familiares de pessoas presas para acompanhar as denúncias encaminhadas à malha institucional jurídica e assistencial; organizar rodas de conversa dos familiares para a troca de experiências; sistematizar e analisar informações coletadas durante os atendimentos; organizar seminários sobre prisão provisória e encarceramento em massa; e produzir e divulgar material informativo a respeito desses temas.
Assista no canal do Youtube da Fundação Perseu Abramo.