Opera Mundi: Paulo Okamotto fala da relação do PT com empresários
O presidente da Fundação Perseu Abramo participou do programa 20 Minutos e comentou os desafios do governo e o trabalho da fundação na formação política em diferentes setores da sociedade
Nesta segunda-feira (23), o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, foi o convidado do programa 20 Minutos, do canal Opera Mundi. Com transmissão ao vivo, a entrevista feita pelo jornalista Haroldo Ceravolo abordou o apoio do partido a empresários de pequenos negócios, dentre outros pontos do programa de formação e diálogo com a militância promovido pela FPA.
A conversa passou também pelas diferenças no cenário político e econômico entre os mandatos do presidente Lula, no passado e no presente, as particularidades do atual período eleitoral e as ações da fundação para subsidiar as candidaturas municipais – com destaque para os materiais voltados ao diálogo com o setor evangélico.
“O Partido dos Trabalhadores defende os trabalhadores, as pessoas que vivem do seu trabalho. Certamente os empreendedores individuais são este tipo de pessoa, trabalham horas e horas para sustentar suas famílias e também os empresários de pequenos negócios, os microempresários”, comenta Okamotto.
Para o presidente da FPA, é importante atualizar o conceito de classe trabalhadora:
No Brasil, há cerca de 42 milhões de empreendedores, segundo um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, a Anegepe. A pesquisa projeta que esse número pode mais do que dobrar nos próximos três anos.
Na opinião de Paulo Okamotto, é preciso contrapor uma visão empreendedora, que é formada no senso comum, a partir de uma noção mais coletiva, com alternativas e soluções conjuntas, e não individualizadas – um viés que serve para aprofundar a desigualdade social.
O presidente da fundação petista enfatizou que o partido tem de se abrir para ouvir melhor outros segmentos da sociedade, como os profissionais liberais e os trabalhadores do serviço público. Isso significa, entre outros pontos, discutir temas como, por exemplo, a atualização do imposto de renda para essa parcela da população. É preciso ainda desfazer a falsa ideia de que o PT se preocupa exclusivamente com pessoas mais vulneráveis e em estado de pobreza. Desse modo, deve-se incorporar outros segmentos sociais para poder convencer a maioria do povo sobre as propostas petistas.
Ao longo do programa, Paulo Okamotto também respondeu perguntas enviadas pelo público. Uma delas tratava da comparação entre os dois primeiros mandatos do presidente Lula e o atual. Ele lembrou que a grande diferença é que em 2023 o país estava uma situação econômica muito difícil, devido à falta de recursos no final da gestão Bolsonaro, e destacou da necessidade de reconstrução de todas as conquistas e direitos, após o desmonte no governo anterior.
Diálogo com evangélicos
A “Cartilha Evangélica: Diálogo nas Eleições”, divulgada em agosto pela FPA, e a série de vídeos com depoimentos de cristãos petistas foram abordadas. “Do mesmo jeito que a gente fala pouco dos empresários, acho que na questão da religião a gente também fala muito pouco, queremos que nossos companheiros tenham clareza o que significa a religião para uma parcela importante da população”, afirma Okamotto.
Processo eleitoral
Sobre as eleições municipais, Paulo Okamotto considera o cenário da disputa de 2024 melhor em relação ao de 2020, quando o PT diminuiu sua representatividade tanto no Executivo quanto no Legislativo.
“Nós temos de ser reconhecidos pelo nosso trabalho, pela dedicação, pela empatia que a gente cria na sociedade. Se a gente não for um batalhador social, dificilmente nossos companheiros serão eleitos”, diz Okamotto.