A avaliação é da assessora especial do Ministério da Gestão e da Inovação, Miriam Chaves, que participou de debate promovido pelo Napp TIC

A previsão do tempo para a tarde do dia 15 de fevereiro de 2022, em Petrópolis (RJ), era de chuva intensa. Nada, no entanto, que alterasse a rotina da população. Em seis horas tudo mudou. O que era chuva virou tempestade, e a cidade veio abaixo, pegando de surpresa centenas de famílias naquela que seria a maior tragédia já registrada na serra fluminense.

Ao fim do desastre, mais de 240 pessoas perderam suas vidas, muitas delas por não terem sido informadas sobre a intensidade das chuvas naquela data. “O uso da tecnologia como aliada das gestões municipais precisa ser incluída em programas de governo e fazer parte do debate das nossas candidaturas. No caso de Petrópolis, a tecnologia poderia ter sido usada para informar a população sobre pontos de deslizamentos, ruas alagadas entre outros”, afirmou o arquiteto e urbanista, Nabil Bonduki, durante encontro realizado pelo Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas de Tecnologia, Informação e Ciência (Napp TIC), nesta terça, 19 de março.

Bonduki, que também está na coordenação do Napp Cidades, mais uma vez reiterou a necessidade de pensar em programas específicos para cada cidade, como no caso de Petrópolis, e que tenham em comum a inclusão digital. “As cidades precisam de um corpo técnico e capacitado para criar ferramentas que melhorem a vida da população, como aplicativos de transporte, educação, saúde entre outros”.

O que já tem sido feito

O debate do Napp TIC, que faz parte do projeto FPA nas Eleições, também teve participação da assessora especial do Ministério da Gestão e Inovação, Miriam Chaves, que complementou: “Temos que resgatar e repassar tudo o que já tem sido feito pelo governo federal e que estão disponíveis para serem aplicados nos municípios no que diz respeito à tecnologia”.

Miriam cita a plataforma GOV.BR, que unificou e simplificou milhares de serviços públicos. “Precisamos dar visibilidade para esses serviços digitais e inclui-los nas propostas das candidaturas”, concluiu.

A assessora ainda listou uma série de outras iniciativas que podem ser incorporadas aos programas de governo de candidatos e candidatas de todo o Brasil. “Estes projetos precisam ser defendidos”.

Trabalho dos Napps

Nelson Fujimoto, coordenador do Napp TIC, acredita que os Napps terão papel fundamental para levar iniciativas digitais já existentes para todas as cidades e também para que candidatos e candidatas incluam em seus programas de governo novas formas de inclusão digital. “Essa construção coletiva é o que nos diferencia dos demais partidos. O Napp TIC será fundamental na construção de programas de governo inovadores e que vejam a tecnologia sempre como aliada”.

O professor Eduardo Tadeu, da secretaria executiva dos NAPPs, concorda: “Temos uma tarefa central nestas eleições, que é contribuir para que todas as candidaturas petistas tenham programas de governo consistentes e alinhados ao governo federal. E o tema da inclusão digital tem que ser adaptado para a realidade de cada cidade”.

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