Paulo Okamotto: “Brasil precisa ser solidário com o povo cubano”
Redação Revista Focus Brasil
A publicação Focus Brasil destacou a visita do presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, a Cuba na última semana para assinar parceria de cooperação a fim de motivar aproximação. Confira a seguir a reprodução do registro.
Paulo Okamotto, presidente da Perseu Abramo, esteve em Havana de 16 a 20 de julho e assinou um convênio de cooperação com o Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP). O objetivo é aproximar os povos dos dois países e aprofundar a promoção de ações de solidariedade.
Cuba vive uma crise causada pela fase mais dura do bloqueio dos Estados Unidos, que agora conta com a participação de parlamentares republicanos e democratas. De acordo com Paulo Okamotto, as restrições impõem a Cuba viver com uma medida sem precedentes na história, mas ao mesmo tempo faz com que o povo tenha muita criatividade, reflexão e sabedoria para seguir em frente.
“O bloqueio é muito cruel. Proíbe cruzeiros turísticos de vir à Cuba, mais de cem bancos cortaram relações com o país ao alegar a tese de terrorismo de Estado. Além disso, ainda há os reflexos da crise climática que têm alto impacto na região do Caribe e que atingem principalmente o Norte e o Sul do país”, explica o presidente da Fundação Perseu Abramo.
E os efeitos se dão em diversas áreas, inclusive nas que representam conquistas históricas como na saúde, com a falta de insumos para a fabricação de remédios e na alimentação, com a falta de equipamentos e fertilizantes.
“É desumano porque parte da maior potência mundial contra um povo que mora numa Ilha. Essa desproporção demonstra a crueldade que representa a pressão que os cubanos estão enfrentando. É por isso que toda a América Latina precisa conhecer a realidade do país e pedir para que os Estados Unidos parem com esse ato atroz ”, defende Okamotto.
Para o presidente da FPA, a solidariedade internacional é um valor militante que precisa ser consciente e para isso é fundamental conhecer a realidade e entender a situação. “A integração e a solidariedade são muito mais fortes quando se conhece a realidade. Quando você vê a situação de uma pessoa passando por um bloqueio tão longo, passando por dificuldades, a empatia é mais do que voluntária, ela é consciente”, expôs Okamotto.
Ideias defendidas também pelo vice-presidente do ICAP, Víctor Gaute López, que explica que o conceito de solidariedade é do povo para o povo. O Instituto tem relação com 1.700 organizações de mais de 150 países.
“A diplomacia não pode ser feita apenas por um organismo, mas por todo um sistema, como nos orientou Fidel Castro”.
Em todas as agendas que fez, Okamotto agradeceu o apoio dos cubanos na Campanha Lula Livre. “A solidariedade internacional foi um dos elementos que ajudou Lula a ser libertado e hoje ele pode ser presidente do Brasil”.