Enquanto a Amazônia está em chamas, Bolsonaro arde
A edição de agosto do Boletim de Análise da Conjuntura chega em um momento de desgaste do governo perante a opinião pública do Brasil e internacional devido a sua catastrófica políca ambiental, que resultou em aumento da devastação amazônica. Este é um dos temas da seção Internacional, que analisa também a Paso argentina e a renúncia do primeiro-ministro da Itália.
Em Estado, o tema é a intensificação do projeto de desmonte com o anúncio de um pacote de privatizações de mais nove empresas estatais que devem ser vendidas ainda em 2019.
A seção de Política e opinião pública trata da aprovação da PEC da reforma da Previdência em segundo turno, na Câmara, e sua tramitação no Senado, além do polêmico projeto de criminalização de abuso de poder. Analisa também intervenções do governo federal em importantes órgãos de fiscalização e controle, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Receita Federal e Polícia Federal, bem como as reações da opinião pública.
Sob Bolsonaro, no segundo trimestre de 2019, o Brasil bateu recordes na taxa de desalento, na quantidade de desempregados que procuram trabalho há no mínimo dois anos, na taxa de subutilização e no número de trabalhadores por conta própria, como mostra a parte Social desta edição, que faz também uma análise dos ataques mais recentes à autonomia das instituições federais de educação superior.
Em Segurança pública, agosto foi marcado pela repercussão de dois casos que mobilizaram a opinião pública de todo o país: o massacre no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), no sudoeste do Pará, que deixou 62 detentos mortos. E a morte do sequestrador de um ônibus com 37 pessoas em Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Os eventos estampam a crise que o país vive, marcada pelo superlotação dos presídios e por uma policia ostensiva despreparada.
Já a seção Judiciário mostra que o partido da Lava Jato parece estar muito perto de sua primeira grande derrota. O contexto das matérias do The Intercept Brasil, Folha de S. Paulo, revista Veja, El País e BandNews (Reinaldo Azevedo), que durante os últimos meses divulgaram extensas revelações sobre os bastidores da trama política que se sobrepôs a uma suposta operação de combate à corrupção, provocou uma grande reviravolta na trajetória política do ex-juiz.
Na análise Territorial, os primeiros seis meses do governo Bolsonaro têm sido ainda mais nocivos à qualidade de vida e de trabalho da população brasileira. Neste período, o número de trabalhadores pobres aumentou em 362 mil, cerca de 94% das vagas de trabalho criadas foram de perfil econômico vulnerável e a renda média real dos trabalhadores de todas as classes sociais regrediu, com tendência ao aumento da desigualdade social.
A Comunicação analisa o principal tema nacional tratado pela mídia brasileira e estrangeira em meados de agosto: as queimadas ocorridas na Amazônia e a catastrófica política ambiental do governo Bolsonaro, que vem sendo bastante criticada na imprensa. Traz ainda a repercussão das notícias nas redes sociais online.
Por fim, em Movimentos Sociais, o MST acredita que a insatisfação popular eclodirá mais cedo ou mais tarde. Enquanto isso, os movimentos sociais lutam para politizar suas bases e ampliar o alcance de suas mensagens. A questão ambiental é vista como oportunidade de um debate mais amplo.