“Há que se cuidar da vida, há que se cuidar do mundo”, metaforizou Milton Nascimento na canção Coração de Estudante, alusão certeira àquelas e àqueles que, no despertar da vida, jamais se equivocaram na intuição de perceber os momentos-chave em que deviam intervir na condução dos rumos políticos do país.

Neste 15 de maio, em ruas e praças de todo Brasil, mais uma vez se viu a força da juventude na defesa do direito mais elementar necessário à formação de uma nação digna de ser reconhecida como nação, a garantia da educação. Para os que defendiam um corte de 35% nos investimentos educacionais com base em demonstrações sustentadas em chocolates, para por fim à balbúrdia provocada em universidades e institutos federais de educação, que, ao invés de pesquisarem e contribuírem com o país, somente protagonizam ideologização de esquerda, através de professores de história, sociologia e filosofia, abusando, inclusive, de promiscuidade sexual e de massificação do consumo de substâncias entre jovens, os eventos de ontem foram um grave alerta para que doravante passem a tratar o tema com a responsabilidade que o assunto requer.

Para a felicidade do país, a força da juventude fez-se ver no momento mais crucial da história da redemocratização brasileira, exatamente quando os marcos civilizatórios alcançados durante o período encontram-se a um passo da total eliminação. Por trás de cartazes e bandeiras, emergiu a vontade desmedida de quem toma para si o desejo de decidir sobre o futuro da nação, transbordando confiança de que, apesar dos percalços, nem tudo está perdido, que ainda é possível retomar as rédeas do processo político nacional, reposicionando o Brasil nos eixos.

“Alegria e muito sonho, espalhadas no caminho; verdes, planta e sentimentos; folha, coração; juventude e fé”, a marca própria do segmento social que, mesmo na latência, pulsa, porque tem coração novo, puro e cheio de energia. Energia que, quando reacende, irradia onda de esperança no conjunto da sociedade. Esse pássaro quando sai da gaiola não retorna mais, é o que ensina a história. Melhor para o país, pesadelo para os que não possuem sensibilidade para identificar com clareza quem são “idiotas úteis e massa de manobra”, certamente pela insuficiência de educação, sobretudo, de ciências humanas em suas vidas.

Marcelo Uchôa é advogado e professor doutor de Direito na Universidade de Fortaleza

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