Dados do Atlas da Violência de 2018 mostram que, entre os crimes de estupro reportados, prevalece entre os estupros contra crianças que o agressor seja alguém próximo da vítima.

Em 2016, foram registrados nas polícias brasileiras 49.497 casos de estupro, conforme informações disponibilizadas no 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Porém, estudos mostram que casos de estupro apresentam altas taxas de subnotificação, isto é, estima-se que os crimes desta natureza que de fato ocorrem sejam muito mais numerosos.

Como mostram os dados abaixo, 30,13% dos estupradores de crianças de até 13 anos são amigos/conhecidos, 12,09% são padrastos e 12,03% são pais. Somando as porcentagens, 54,25% dos estupradores de crianças de até 13 anos são amigos, conhecidos, pais ou padrastos da criança.

Desta forma, é preocupante que o novo governo deseje que somente os pais possam ensinar às crianças sobre educação sexual, e que as escolas devem se abster de falar sobre a questão. É simbólico o caso de uma menina, no Espírito Santo (ES), que denunciou o padrasto por estupro após uma aula de educação sexual, o que mostra que discutir o tema na escola, em um ambiente seguro e preparado e com alguém fora do âmbito familiar, pode ser extremamente benéfico.

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