Duas pesquisas eleitorais divulgadas em 20 de agosto apontam o crescimento das intenções de voto do ex-presidente Lula. Segundo as pesquisas do instituto MDA, em parceria com a Confederação Nacional dos Transportes, e do instituto Ibope, em parceria com a Rede Globo, Lula possui 37% do total de votos, cerca de 48% dos votos válidos. Ambas demonstram a força de Lula perante o eleitorado e que as tentativas de calar o ex-presidente e cercear seu direito de ser candidato não foram suficientes para tirá-lo do páreo. Lula possui o dobro de votos do segundo colocado, Jair Bolsonaro, que tem cerca de 18%.

De acordo com a CNT/MDA, Lula possui um potencial de voto de cerca de 55%, número que soma os que com certeza votariam no presidente e os que cogitariam votar nele. Entre os eleitores de Lula, 82% afirmam que seu voto é definitivo, e Lula vence em todos os cenários de segundo turno em que foi testado. Ambas as pesquisas tentam investigar a capacidade de transferência de votos do presidente Lula.

De acordo com o Ibope, que testou também o nome do candidato a vice na chapa de Lula, Fernando Haddad, 13% do eleitorado votaria com certeza nele caso fosse apoiado pelo presidente Lula, e outros 14% declaram que poderiam votar, enquanto 7% dizem não conhecê-lo o suficiente e 5% não sabem ou não responderam. Considerando esses 27%, soma dos dois primeiros, pode-se considerar uma capacidade, de entrada, de transferência de cerca de 80% dos votos. A pesquisa traz dados positivos para o Partido dos Trabalhadores e negativos para os outros partidos e candidatos.

Outras candidaturas, como as de Marina e Ciro, estão estagnadas ou apresentam queda nas intenções de voto, o que demandará grande trabalho para disputar o eleitorado. Jair Bolsonaro teve ligeiro crescimento dos votos, mas parece possuir um teto de 20% do eleitorado. O número de eleitores que tem parece travar o crescimento do PSDB, que contou nas últimas eleições com o eleitorado conservador, que hoje prefere Bolsonaro e suas ideias radicais de direita.

Não obstante, o PSDB foi sócio do PMDB no golpe e na execução da agenda neoliberal que não conta com apoio nas urnas, o que também dificulta o crescimento de seu candidato. Resta a dúvida se o tempo de televisão e a campanha serão suficientes para que os tucanos recuperem o protagonismo no campo da direita.

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