Saúde: austeridade fiscal coloca crianças brasileiras em risco
O pesquisador Davide Rasella, da Fiocruz, apresentou estudo sobre a aplicação da Emenda Constitucional 95, aquela que congela os gastos federais não financeiros pelos próximos vinte anos, mostrando o impacto na mortalidade das crianças de menos de cinco anos.
Segundo entrevista com o pesquisador, com a redução do Bolsa Família e do Programa Saúde da Família, o acesso aos direitos sociais vai parar de melhorar e a pobreza tende a aumentar. Assim, a mortalidade infantil, que vinha caindo, vai parar de cair ou pode aumentar e com isso milhares de crianças vão sofrer mortes evitáveis, em especial por diarreia, desnutrição e outras doenças decorrentes da pobreza.
Davide Rasella comenta, em reportagem de Vanessa Borges sobre o estudo, que as comparações com os efeitos da austeridade no Brasil e em países europeus (como Espanha, Itália e Grécia) precisam ser ponderadas, pois “o Brasil tem uma realidade muito diferente dos países europeus. Hoje, no Brasil, a mortalidade em crianças menores de cinco anos é quatro vezes maior do que na Grécia. Então, estamos falando de um país em que o nível de pobreza e vulnerabilidade sociais são muito mais expressivos do que em qualquer país europeu.” Assim, para o pesquisador, o impacto das medidas de austeridade fiscal será provavelmente bem maior do que foi encontrado na Europa, o que é ainda mais preocupante.
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