Está aberto o edital de chamada pública de artigos para a revista PERSEU: História, Memória e Política, que chega ao seu décimo sexto número. O prazo para o envio de artigos e resenhas é30 de março de 2018. O endereço é[email protected].

Além de artigos e resenhas sobre a história da esquerda contemporânea, linha editorial da revista, no Dossiê deste número iremos reunir estudos sobre o tema “Fascismos e antifascismos: ontem e hoje”.

–“Fascistas!”, bradavam manifestantes de vermelho –“Comunistas!”, os acusavam, do lado de lá, os de verde e amarelo. Invocando os termos dos conflitos da primeira metade do século XX, a manifestação de 19 de junho de 2013, ocorrida na Avenida Paulista, em São Paulo, descortinou cisões importantes no interior do conjunto de manifestantes que foi às ruas naquele contra o aumento da tarifa de transporte público em todo o país. Junho de 2013, no Brasil, marcou o início do reagrupamento de forças políticas à esquerda e à direita. Foi neste contexto que movimentos sociais e grupos políticos de extrema direita ocuparam as ruas e também as redes sociais. Tais coletivos, não raro, expressam ideias fascistas. Discursos de ódio, xenófobos, belicistas, sexistas.

O nacionalismo e a negação da política dos verde amarelos que tomaram grandes avenidas do país, endossando, desde março de 2015, o golpe que impediria a presidenta eleita em 2016, foi mais um das manifestações deste mesmo fenômeno de ascensão conservadora. Em que pese as cores locais, o fenômeno, no entanto, não pode ser tratado como exclusividade nacional. Em agosto deste ano, 2017, supremacistas brancos junto a neonazistas e membros da Ku Klux Klan tomaram as ruas de uma cidade norte-americana em protesto racista, provavelmente encorajados pela eleição do presidente Donald Trump, cuja campanha e atuação são definidas pelo extremismo de direita. Em maior ou menor gravidade, a ascensão de discursos, movimentos e candidatos destes grupos tem se verificado em diversos – e centrais – países europeus e latino-americanos ao longo dos últimos anos.

A maior ou menor adesão a tais grupos, e sua representatividade, evidenciam permanências de aspectos da história ocidental do último século que a esquerda lutou e luta para superar. Organizados nos diferentes países em que prosperava o fascismo e o nazismo, os grupos de resistência foram fundamentais para a definição dos rumos que tal história tomou. Atualmente, da mesma forma, as manifestações públicas em defesa de ideias fascistas são contundentemente combatidas pelas organizações de esquerda, nas manifestações de rua, de redes sociais, e em estudos sobre o tema. Nosso edital convida, portanto, historiadores e cientistas sociais que tem se debruçado sobre a trajetória do fascismo e do antifascismo ao longo do século XX e, infelizmente, também no atual século XXI.

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