O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou que a Polícia Federal (PF) interrogue o presidente golpista Michel Temer. A decisão de Fachin, que é relator da Lava Jato no STF, também permite que Temer responda às perguntas da PF por escrito, além de desmembrar o processo e separar as ações contra o senador afastado Aécio Neves da ação que envolve o presidente e Rocha Loures. A decisão se baseia no entendimento de que os atos cometidos por Aécio se distinguem dos cometidos por Temer e Loures: enquanto o primeiro teria favorecido a JBS no Congresso, os segundos teriam favorecido no governo.

Na recente manobra na qual trocou os ministros da Justiça e da Transparência para ampliar sua influência sobre a Polícia Federal para esvaziar investigações, a ida do então ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Transparência garantiria que seu suplente, Rocha Loures, mantivesse o cargo de deputado federal e consequentemente o foro privilegiado. No entanto, Serraglio recusou o ministério e retornou para seu cargo de deputado, frustrando os planos de Temer de garantir foro para Loures. Loures foi o interlocutor indicado por Temer para tratar dos interesses do grupo J&F, segundo a delação de Joesley Batista, e foi gravado recebendo 500 mil reais em propina.

Em frangalhos e investigado, Temer ainda tenta demonstrar para os setores que o apoiam, em especial ao empresariado, que tem condições de levar adiante a agenda do golpe. No Senado, a votação do relatório da Reforma Trabalhista foi adiada para a semana que vem, e a discussão se iniciará no dia 6, mesmo dia em que o TSE julgará a chapa Dilma-Temer. Já na Câmara, retomam-se os esforços para tentar aprovar a Reforma da Previdência, e líderes da base aliada já admitem a tentativa de aprovar uma versão ainda mais reduzida da proposta original defendida pela equipe econômica do governo golpista.

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