Fórum Regional FPA – Ideias para o Brasil, realizado em Brasília, encerra ciclo de sete fóruns regionais que envolveram 26 estados brasileiros e o DF

O segundo dia do Fórum Regional FPA – Ideias para o Brasil, realizado em Brasília, se iniciou neste sábado, 07, com a mesa O Brasil no mundo: um Projeto Democrático e Popular de Desenvolvimento Nacional.  Esta é a sétima edição do Fórum Regional, que já passou pelas cidades de Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF), envolvendo todos os 26 estados brasileiros e mais o Distrito Federal.

O prefeito do município de Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, coordenou a mesa, que contou com participação de Vera Bertolini, professora da Universidade Federal do Mato Grosso e integrante do movimento de mulheres do MT, Monica Valente, secretária de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores, Edward Madureira Brasil, professor e ex-reitor da Universidade de Goiás, e Esther Dweck, chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamneto.

O cenário internacional e suas conseqüências para o processo de desenvolvimento brasileiro foi o tema da exposição de Mônica Valente, que iniciou o debate lembrando que o Brasil passou e está passando pela crise sem destruir empregos. “O índice de desemprego geral na Espanha é de 30%, entre jovens supera os 50%, está sendo gerado nos países em desenvolvimento o fenômeno da nova pobreza”, disse a secretaria internacional do PT.

Público presente no segundo dia do Fórum Regional FPA em Brasília (DF)

Mônica destacou o avanço econômico do país mesmo em um cenário internacional adverso, e refutou algumas análises que colocam a economia brasileira em crise. “Nos últimos onze anos o Brasil quadruplicou seu Produto Interno Bruto (PIB) em dólares, e está, faz algum tempo, entre os três países do mundo que mais recebem investimentos estrangeiros diretos”, citou.

Sobre a inserção regional do Brasil, segundo Mônica, o desafio que se coloca ao PT e ao governo, nos próximos anos, é “é avançar na integração da América Latina e Caribe, seja para enfrentar a crise internacional de forma soberana, ativa e altiva, seja para continuarmos desenvolvendo um projeto internacional de maneira integrada na região”.

A educação foi o tema de Edward Madureira Brasil, professor e ex-reitor Universidade Federal de Goiás (UFGO), para quem a grande questão para o próximo governo é implantar um plano nacional de carreira para professores do ensino básico. “Temos mil vagas sobrando na UFGO, e elas estão na licenciatura. Temos problema de remuneração e piso salarial dos professores sendo discutido no Supremo Tribunal Federal. Se não formarmos alunos em licenciatura, não resolveremos a questão da educação básica no Brasil”, afirmou.

Para Madureira, o cenário da educação no Brasil enfrenta contradições entre avanços e desafios. “Criamos universidades federais, interiorizamos essas universidades, mudando a realidade das macrorregiões em que elas se inserem, mas ainda temos no país 8,8 anos de estudo por habitante, o que representa uma baixa taxa de escolarização”. Madureira citou dados da apresentação disponível para download aqui.

Na sequência houve a exposição de Vera Bertolini, professora da universidade federal do Mato grosso e integrante do movimento de mulheres do Mato Grosso, que abordou a evolução dos movimentos sociais e sua participação na democracia brasileira. “As demandas da classe trabalhadora ganharam impulso no final da década de 1920 e início da década de 1930, reivindicando do estado políticas que lhe atendessem em suas necessidades. As demandas foram atendidas por Vargas (Getúlio) de uma maneira simples, rápida e até populista. Mas depois vimos um encolhimento da cidadania de forma muito particularizada da classe trabalhadora”, explicou Vera.

Fórum de Brasília encerrou série de sete Fóruns promovidos peal FPA

O próximo ciclo de conquistas da classe trabalhadora, segundo Vera, culminou na formação do Partido dos Trabalhadores, que hoje vive uma contradição do ponto de vista do partido e do governo, também do PT. “As questões que hoje o governo Dilma e alguns governos estaduais enfrentam são a essência da contradição, e superam até as definições de classe social. São demandas por direitos, e não são exclusivas da classe trabalhadora”, afirmou Vera.

Encerrando as exposições, Esther Dweck, chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, ressaltou os avanços econômicos com desenvolvimento social no país, mesmo enfrentando um ciclo econômico internacional recessivo. “Estamos em um momento ciclicamente ruim e as pessoas tentam associar isso a um esgotamento, mas as bases do modelo que estamos implementando são boas, claro que com aprimoramentos, porque o Brasil de agora não é o de 12 anos atrás. Este é um modelo em que a redução das desigualdades continua avançando, um modelo de desenvolvimento para a inclusão social”

Para a economista, no governo petista a questão econômica e social se potencializaram, gerando um ciclo virtuoso. “Crescimento não é o mais importante, mas é essencial. Sem ele não geramos emprego. O tamanho do PIB é relevante para o crescimento social, e o mercado interno brasileiro vai continuar a ser um dos motores para que isso continue”, ponderou Esther.

O fórum
Nas seis edições anteriores, o fórum teve lugar nas cidades de Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG), reunindo os diversos estados que constituem cada uma das  regiões. O fórum é aberto e gratuito, e as inscrições podem ser feitas pelo portal da FPA (www.fpabramo.org.br/forum2013). O fórum pretende reunir, além dos especialistas, representantes do governo, da academia, da sociedade, da juventude, movimentos sociais, partidos políticos, instituições de pesquisa, profissionais liberais, classe artística, sindicatos, gestores públicos, comunicadores, estudantes, ou seja: representantes de todas as partes que compõe esse grande país, o Brasil.

 Apresentação

– Educação no Brasil

Saiba mais

 – Fórum em Brasília reúne militância e academia 

Fotos Sérgio Silva