Políticas para LGBTs: Respeito à alteridade
Alessandro Melchior, coordenador de Políticas para LGBT da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de SP, debateu problemas e avanços na área
Por Fernanda Estima
No domingo, 4 de maio, São Paulo recebe a 18ª Parada do Orgulho LGBT, que nas palavras do convidado do programa entrevistaFPA da terça-feira, 29, Alessandro Melchior, é o momento que leva para as ruas “a mensagem de alegria mas também de respeito às pessoas”.
O jovem militante, natural de São José do Rio Preto, tem atuação consistente seja nas discussões e formulações sobre as juventudes do Brasil ou sobre homofobia e preconceitos. Melchior é presidente do Conjuve (Conselho Nacional de Juventude) e também responde pela Coordenação de Políticas para LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo.
Melchior e Fátima Cleide durante o programa entrevistaFPA
No entrevisaFPA, conduzido pela diretora Fátima Cleide, Melchior falou sobre os preparativos para a Parada (a maior do país e uma das maiores do mundo) e os programas e projetos do governo de Fernando Haddad, “uma gestão que não se dobra às mesquinharias e ao preconceito”, disse. As conquistas das Conferências Nacionais já realizadas, avanços legais e desafios para o movimento, uso da internet para a mobilização, além de várias perguntas enviadas pelos internautas, foram comentadas por Alessandro Melchior.
Diversidade e respeito
Antecipada em função do calendário da Copa do Mundo, a 18ª Parada do Orgulho LGBT terá como lema ‘País vencedor é país sem homolesbotransfobia: chega de mortes! Criminalização já!’. A Prefeitura está investindo cerca de R$ 2 milhões na realização e os recursos são direcionados principalmente para a infraestrutura do evento, segurança e atendimento de saúde.
Melchior falou também sobre a violência que sofre a juventude LGBT, a conjuntura das pautas dos jovens e as mudanças que foram implementadas no país desde os governos do PT, além de comentar o Programa Transfobia, “uma exigência do prefeito”, segundo relatou, e “que vai oferecer qualidade de vida para travestis e transexuais” da capital paulistana. Ele ainda explicou o lançamento da campanha lançada pela ONU no dia 28 de maio, com apoio da prefeitura, “Somos iguais, somos livres”.
Em 2008, a FPA lançou uma pesquisa sobre diversidade, lembrada como pioneira no estudo sobre homofobia e preconceito. Melchior relatou ausência de indicadores e banco de dados, lamentou que a Prefeitura ainda não tenha um Mapa da Homofobia e sugeriu que pesquisas futuras investiguem “o impacto da homofobia na economia, na saúde”, criticando: “No mundo todo foram feitas pelo menos 70 pesquisas para descobrir a origem da homossexualidade – e talvez sua cura… Para estudar a homofobia, suas causas e consequências, nem um terço disto ocorreu”.
EntrevistaFPA
O programa entrevistaFPA é composto por quatro blocos de 15 minutos, sendo que o último bloco conta com perguntas enviadas pelos internautas. O programa já contou a participação do economista João Sicsú, do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, do professor Reginaldo Carmelo de Moraes, do sociólogo Jean Tible, o diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci, de Rosane Bertotti, da CUT, Paulo Vannuchi, membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Genoíno, deputado federal, e Rogério Sottili, secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, João Pedro Stédile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Também já participaram Jefferson Lima, secretário nacional de Juventude do PT, Miriam Nobre, da Marcha Mundial das Mulheres, e William Nozaki, da Coordenação de Promoção do Direito à Cidade da Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo.
Assista a íntegra da entrevista:
Acompanhe no Canal da FPA no Youtube a íntegra das entrevistas já realizadas.
Fotos: Sérgio Silva