Há cerca de um ano estávamos reunidos para discutir como superar a violência nas periferias brasileiras, ativistas e militantes negros e periféricos de 16 estados do Brasil, quando fomos interrompidos pela notícia do massacre que ocorria em Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro. Morreram 28 pessoas pelas mãos da polícia e muitas imagens produzidas pelas vítimas circularam, tornando o evento ainda mais eloquente. Participantes do nosso seminário, que ocorria virtualmente, não se furtaram de propor uma carta que revelasse sua indignação, uma vez que estávamos todos ali reunidos para falar do assunto que precipitava nossas vozes. Leia o relatório completo neste link.

Dada a instabilidade do contexto pandêmico e as barbáries que surgiram cotidianamente Brasil afora, tardamos na publicação do relatório e da carta, mas todo o conteúdo produzido ali não perdeu sua atualidade e, ainda e infelizmente, ganhou mais pertinência. Sobretudo quando recebemos a notícia de que o Ministério Público arquivou 10 das 13 investigações sobre o massacre, no dia 5 de maio, e que uma reunião de secretários de segurança pública decidem contrariar decisão do STF de sobre abordagens policiais.

Além disso, outros casos se seguiram, como a Chacina Vila Cruzeiro, em 24 de maio de 2022, que resultou na morte de 23 pessoas durante uma operação do BOPE, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Seguida da Chacina de Jacarezinho, essa operação no Complexo da Penha foi a segunda operação policial mais letal da cidade do Rio de Janeiro. Porque nossa tristeza e revolta continuam, infelizmente, na ordem do dia, publicamos este material. E com a esperança de que possamos transformar esta realidade, convidamos vocês à leitura.

Equipe do projeto Reconexão Periferias