Empresários estão por trás dos acampamentos antidemocráticos  e caíram na mira dos procuradores da República. Os protestos já duram mais de um mês

ACAMPAMENTO Em Brasília, atos em frente ao QG já duram um mês

Procuradores da República estão investigando os empresários que estão financiando os atos antidemocráticos em Brasília e outras capitais. O acampamento em frente ao quartel do Exército no Setor Militar Urbano, a 8 km do Palácio do Planalto, conta com refeições gratuitas, banheiros químicos e uma estrutura. O procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, já está apurando o caso.

As manifestações bolsonaristas, em que se prega um golpe militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal, acontecem em frente ao QG. O MPF diz que as manifestações têm “um caráter antidemocrático, e até mesmo criminoso, de pessoas que buscam a ruptura da ordem constitucional”. A avaliação é que incitamento da animosidade das Forças Armadas contra os poderes constitucionais configura crime.

A permanência de bolsonaristas nas imediações do QG é bancada por empresários. Há duas semanas, um empresário maranhense, da cidade de Barra do Corda (MA) chegou à capital federal trazendo dois ônibus com “patriotas” para reforçar a presença. Outros ônibus vindos de outros pontos do país também se deslocaram para a capital nas últimas semanas.

Reportagem do site Metrópoles destacou que o acampamento tem estrutura cara, com barracas, tendas, alimentação gratuita, águas e refrigerantes, banheiros químicos e equipamentos de som. Apesar do pedido de contribuição financeira, a maior parte dos alimentos vem de doações de empresários.

Desde o início de novembro, os manifestantes pedem a “intervenção constitucional” do Exército no resultado eleitoral, fomentando discursos de ódio e impedindo o trânsito de veículos e a passagem de pedestres em frente ao QG. O Exército não condena nem pede a desobstrução do acampamento.

Carros, caminhonetes e caminhões com carne, frango, frutas e outros itens chegam diariamente. Empresários, autônomos, aposentados, grupos armamentistas e militares reformados, a maioria branca e de alto poder aquisitivo, compõem o perfil principal de bolsonaristas. •

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