Ex-presidente da Caixa e ex-secretário de Habitação, o arquiteto baiano faleceu vítima de um câncer. A ex-presidenta Dilma lamentou: “Foi meu parceiro e do presidente Lula”. Ele ajudou a desenhar o programa Minha Casa, Minha Vida

 

 

Morreu em 9 de julho, aos 64 anos, o arquiteto baiano Jorge Fontes Hereda, após uma batalha contra o câncer. Hereda ocupou diferentes cargos na administração pública, sempre na perspectiva do desenvolvimento social e superação das desigualdades. Combinava a sensibilidade para tratar das questões urbanísticas com o conhecimento econômico que lhe permitia enxergar a transversalidade das políticas públicas.

A ex-presidenta Dilma Rousseff lamentou, em suas redes sociais, a morte de Hereda. “Foi meu parceiro e do presidente Lula, fez da Caixa um instrumento eficiente do crédito popular, do Minha Casa Minha Vida e do Bolsa Família. Fará muita falta ao país”. Em nota, o PT lamentou o fato se solidarizou com a esposa, familiares e amigos pela perda.

No Twitter, o governador Rui Costa escreveu: “Com tristeza recebi a notícia do falecimento de Jorge Hereda, ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico em nossa gestão e ex-presidente da Caixa. Será lembrado por seu trato amigável e empático, além da grande inteligência. Meus sentimentos aos familiares e amigos”.

Ex-governador da Bahia, o senador Jaques Wagner (PT), também soltou nota de pesar. “Com grande tristeza, Fátima e eu recebemos a notícia da morte do querido amigo Jorge Hereda. Será lembrado por sua inteligência, sensibilidade e compromisso na construção de um Brasil mais justo para todos e todas”, disse.

Na última etapa de sua carreira no setor público, Hereda foi secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, no governo Rui Costa (PT), deixando o cargo em 2017. No governo Dilma, foi presidente da Caixa Econômica Federal. Antes, foi vice-presidente do banco durante as gestões de Lula e Dilma.

À frente da Caixa, Hereda viveu o teste de fogo imposto pela crise global de 2008, quando o governo Lula optou por aprofundar o papel dos bancos públicos no fomento à atividade econômica. Naquele período, o Brasil tornou-se referência na superação da crise.

Outro ponto alto de sua contribuição ocorreu quando ocupou o cargo de secretário de Habitação no Ministério das Cidades, entre 2003 e 2005, quando foi gestado o bem-sucedido programa Minha Casa, Minha Vida.

Formado em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre em Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (USP), Hereda iniciou sua vida pública como secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano em Diadema (SP).

Ele atuou ainda em iniciativas que tiveram forte impulso sob inspiração do PT, como o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, onde foi secretário-executivo. Baiano de Salvador, onde foi enterrado, Hereda foi homenageado em missa na última sexta-feira, na capital baiana.

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