Um suposto contrabando de armas da Argentina para a Bolívia, logo após o Golpe de Estado, em 2019, elevou a temperatura política nos dois países. O Ministério Público da Argentina abriu na sexta-feira, 16, uma investigação para apurar a denúncia de que o então presidente Mauricio Macri mandou armas e munição à Bolívia para reprimir os apoiadores de Evo Morales, que tinha acabado de renunciar ao comando do país.

O envio dos armamentos teria ocorrido logo após Jeanine Áñez tomar posse como presidente em novembro de 2019, exatamente para substituir Evo. A chegada dela ao poder foi cercada de polêmicas. Áñez era a segunda vice-presidente do Senado boliviano, mas acabou alçada ao comando do país — de maneira ilegal — depois que Evo e a cúpula do Congresso renunciaram em meio às denúncias de fraude.

Macri nega as acusações e as atribui a uma perseguição política orquestrada por Fernández para desviar a atenção da situação sanitária e econômica. Entre os investigados estão o próprio ex-presidente e os ministros Patrícia Bullrich (Segurança) e Oscar Aguad (Defesa).

A evidência apresentada pelo governo é uma carta, assinada pelo então comandante da Força Aérea boliviana, Gonzalo Terceros, agradecendo ao embaixador argentino no país, Ariel Basteiro, pelo envio do material. O texto fala em “cartuchos antidistúrbio” e em “granadas”.

`