Fundação Perseu Abramo promove debates sobre justiça tributária e climática durante Encontro do PT
Atividades da Fundação Perseu Abramo durante o 17º Encontro Nacional do PT reforçaram o papel da formação política e da defesa da democracia no atual cenário
A Fundação Perseu Abramo promoveu dois debates estratégicos durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, em Brasília. Realizadas nos dias 31 de julho e 1º de agosto, as mesas fizeram parte do Seminário Realidade Brasileira e os desafios do PT e reuniram dirigentes da Fundação, pesquisadores e quadros da militância para discutir justiça tributária e justiça climática.
As atividades reforçaram o papel da Fundação como espaço de formação política e articulação de ideias que dialogam com os desafios colocados para o partido, para o governo e para a sociedade brasileira.
“Queremos criar mais condições para que filiados e dirigentes possam discutir na sociedade temas caros para o Partido dos Trabalhadores”, destacou o presidente da FPA, Paulo Okamotto, ao dar as boas-vindas ao público presente.
Com foco em fortalecer a capacidade de argumentação e elaboração política da militância, os dois encontros apresentaram dados, diagnósticos e propostas conectadas ao momento atual e ao projeto em curso. Justiça tributária e climática foram tratadas como agendas estruturantes para o Brasil do presente e do futuro.
Justiça tributária é justiça social
Na mesa do dia 31, dedicada à justiça tributária, a professora e economista Esther Bemerguy afirmou que é fundamental discutir quem paga imposto no Brasil, e como essa estrutura pode ser mais justa. A desigualdade fiscal, segundo ela, é uma das principais razões da desigualdade social e da dificuldade do Estado em garantir direitos básicos.
Pedro Silva Barros, economista do Ipea, apresentou dados que desmontam o argumento de que não há espaço fiscal para novas políticas sociais. Ele ressaltou que as propostas de taxação dos bancos, das apostas e dos bilionários — a chamada “BBB”, são medidas legítimas e necessárias, tanto para ampliar a arrecadação quanto para combater privilégios.
Participaram também os dirigentes da FPA Alberto Cantalice e Elen Coutinho, que apontaram a centralidade do tema para o programa do PT e para a mobilização popular. A mesa foi mediada por Ângela Guimarães, presidenta da Unegro e diretora da Fundação Perseu Abramo.
Justiça climática e a COP30
No dia seguinte, 1º de agosto, o foco foi a justiça climática. A mesa buscou articular o debate ambiental a partir das realidades vividas pelas populações mais vulneráveis e a partir da atuação de governos populares.
Naiara Raiol, diretora da FPA e representante da região Norte, destacou a importância de se construir uma agenda ambiental a partir dos territórios, com foco em soluções populares e sustentáveis.
Com mediação de Carlos Árabe, a atividade também contou com a participação de Elen Coutinho, responsável pelo Centro Sérgio Buarque de Holanda, e do pesquisador Vinícius Rodrigues Vieira, da Fundação Tide Setubal.
Eles reforçaram a necessidade de inserir o tema no cotidiano da militância e nas ações concretas do partido, sobretudo no contexto da preparação para a COP30, que será realizada em Belém.
A diretora Elen Coutinho afirmou que “não existe justiça climática sem justiça social” e que o PT precisa avançar no debate sobre a transição ecológica, sempre garantindo que o desenvolvimento econômico seja combinado com inclusão e proteção social.
O debate foi encerrado com a convocação a todos os quadros para ampliarem o repertório e as estratégias de ação nos territórios.
