Produzida pela Fundação Perseu Abramo, série de depoimentos coloca em debate os impactos do Golpe de 1964 ao longo de seis décadas. Com sete episódios temáticos e convidados especiais

Os efeitos imediatos e nefastos da ditadura militar que se seguiu ao Golpe Militar de 1964 não duraram apenas os 21 anos de chumbo. As sequelas sociais e estruturais ainda hoje podem ser sentidas no país. São as máculas do período que derrubou a democracia brasileira e perseguiu quem combatia a ditadura que norteiam os sete episódios de uma websérie produzida pela Fundação Perseu Abramo: é preciso recordar sempre para que não se repita nunca. 

Os episódios, de aproximadamente cinco minutos cada, se dividem em temas e personagens, como parte de um projeto de memória desenvolvido pela instituição e foram lançados nesta segunda-feira, 15. Os aspectos abordados em cada episódio são: economia, direitos, cultura, imprensa, ciência, periferias e segurança pública.

Mais do que apenas documentar, a Fundação entrega material amplamente analítico e que servirá de base para consultas futuras feitas por quem busca a verdade.  Para o diretor de Comunicação da FPA, Alberto Cantalice, o produto audiovisual é mais um compromisso da Fundação em manter o debate sobre o período e fornecer informações de qualidade para dirigentes e militantes. “Enquanto houver quem defenda a Ditadura Militar nos manteremos a postos para desmentir qualquer argumento favorável ao período. Este é um dos compromissos da Fundação: pesquisar, interpretar e traduzir qualquer assunto de relevância pública para os nossos leitores e leitoras”. 

Na economia, o entrevistado é o professor da Unicamp Anselmo Luis dos Santos, doutor em Ciências Econômicas; na Cultura, Juca Ferreira dá o seu parecer como testemunha ocular e ex-ministro da pasta; sobre direitos quem fala é o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh; Dulce Pandolfi, historiadora e militante no período, explica os impactos da ditadura na ciência; no episódio sobre imprensa é Hélio Doyle, jornalista e atual presidente da EBC; Iêda Leal, secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção de Igualdade Racial fala sobre periferias; já sobre segurança pública o entrevistado é Benedito Mariano, ex-ouvidor da polícia paulista ex-secretário de Segurança Urbana da cidade de São Paulo.

Cada um deles fala, com a experiência de quem vivenciou o período, sobre os efeitos nefastos do golpe em suas respectivas áreas, sempre com o compromisso de desmistificar qualquer suposto avanço ocorrido durante aqueles 21 anos. 

Os episódios serão disponibilizados sempre às segundas, quartas e sextas.

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