Presidente anuncia a construção de mais 100 Institutos Federais e promete: “nossos mil gols vão ser construir mil Institutos Federais neste país”

Com 682 gols na carreira, Lula começou a atual temporada otimista e garante que irá marcar ao menos mais 100. A meta vai além: até o final do mandato, o presidente quer alcançar nada menos do que Pelé, Romário e Túlio Maravilha. Os três ex-jogadores balançaram as redes mais de 1 mil vezes cada. 

Mas o campeonato que o presidente disputa, desde que governou o país pela primeira vez, é outro: levar os Institutos Federais para todos os cantos do país. “Nós temos uma meta: marcar mil gols. E os nossos mil gols vão ser construir mil Institutos Federais neste país, para a gente resolver definitivamente o problema da educação”, comparou, mostrando o espírito de equipe de sempre ao dividir o feito com o seu time do Ministério da Educação (MEC)”. 

A projeção para a construção de 100 novos IF para 2024, bem como os locais onde serão construídos (veja no quadro) foi anunciada no dia 12 de março em evento realizado no Salão Nobre do Palácio do Planalto com a presença de profissionais do MEC e estudantes. A iniciativa vai gerar mais de 140 mil vagas para cursos técnicos integrados ao ensino superior. “Vamos resolver definitivamente o problema da Educação no país”, apontou. 

O otimismo de Lula tem o respaldo da história. A primeira escola técnica do Brasil foi criada em 1909, pelo então Presidente Nilo Peçanha. Daquele ano até 2003, quando o atual mandatário da República foi eleito pela primeira vez mandato, havia somente 140 unidades, a maioria delas concentradas nas grandes capitais. Agora, com o anúncio dos novos 100 campi, o país terá 782 Institutos Federais, encerrando quase uma década de abandono da expansão da Rede. 

Quem já passou por uma das unidades sabe o quanto o IF pode transformar vidas. É o caso de Ismael Diniz, de 25 anos, formado pelo Instituto Federal do Mato Grosso. Nascido na cidade de Cáceres, no interior do Estado, ele relembra com carinho os tempos em que fez o Ensino Médio integrado ao curso de Informática. “Foi mesmo uma experiência transformadora. Foi lá que tive contato com muitas pessoas importantes na minha vida, como professores que abriram portas, caminhos e horizontes para mim”. 

A experiência de Diniz no IFMT acabou por desenvolver outro talento, até então adormecido. No intervalo para o almoço, ele se inscreveu nas aulas de teatro e sua vida tomou, novamente, outros rumos. Hoje ele é professor universitário de teatro. “É nítido o crescimento que a gente tem dentro do instituto. Saímos de lá mais capacitados e mais humanos porque o ensino é libertador”.

Já Danton Mello, de 22 anos, ex-aluno da unidade de Cubatão, tem orgulho tanto da qualidade pedagógica quanto da luta que encampou ao lado dos colegas de classe para frear o desmonte do campus a partir do golpe contra Dilma Rousseff em 2016. 

Mello estudou no IF da Baixada Santista. dos 15 aos 19, período em que fez o curso integrado de Ensino Médio integrado de Informática. “Todo mundo que conheço, fez o Ensino Médio Técnico e passou direto no vestibular, mas também enfrentamos bastante dificuldade com Temer e Bolsonaro. Durante a pandemia a estrutura foi abandonada e o corte de verbas ameaçou deixar o campus até sem energia elétrica”, relembrou. 

O corte de verbas citado por Mello teve seu ápice em 2022, último ano de Bolsonaro no governo federal. Inimigo declarado da Educação Federal, o ex-presidente havia confiscado mais R$ 2,4 bilhões do orçamento anual do MEC, colocando o funcionamento de Institutos e Universidades Federais em risco. 

Em outubro daquele ano, estudantes, professores e profissionais das unidades federais de Ensino fizeram grande protesto em defesa dos IFs. “Tive uma Educação de bastante qualidade, mas também um período bastante tenso. Mas conseguimos vencer a luta. Agora, com o retorno de Lula e o anúncio da ampliação dos institutos, acredito que muita coisa vai melhorar mais ainda 

O jogo virou

Assim como Danton Mello, o professor de Educação Física Alexandre Machado também saiu às ruas para evitar que a gestão anterior acabasse com um dos maiores legados já deixados à Educação Pública do país. “Houve um sucateamento das unidades depois do golpe contra a Dilma, com corte de orçamento que dificultou a manutenção dos campi e nenhum concurso público foi realizado. Sempre militei em defesa da Educação Pública de qualidade e isso passa pela retomada dos Institutos Federais”, avaliou.

O anúncio da ampliação da rede feito por Lula, animou o agora professor do campus de Pirituba do IFSP. “É a retomada do projeto de democratização do acesso ao Ensino Público gratuito e de qualidade. Os IFs são uma referência mundial de modelo de Ensino porque se adequa perfeitamente para um projeto de desenvolvimento de país como o Brasil. O curso técnico aliado a Ensino Médio, Ensino Superior e Pós-Graduação atende a uma demanda por escolarização que o país precisa”. 

A construção dos novos 100 IFs terá investimento previsto de R$ 3,9 bilhões destinados pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).  O Nordeste é a região que mais receberá unidades: 38 campi. O Sudeste terá 27. Na sequência estão Sul (13), Norte (12) e Centro-Oeste (10). São Paulo é a unidade da Federação com mais municípios beneficiados com 12 cidades atendidas. No DF, serão instalados institutos no Sol Nascente e em Sobradinho. 

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