Alberto Cantalice 

Reunidos no Colégio Sion, no centro da capital paulista: sindicalistas, estudantes, lideranças dos bairros populares, intelectuais, resistentes e membros do clero progressista resolveram no 10 de fevereiro de 1980 fundar um Partido. Nasceu aí o Partido que nesses 44 anos é o protagonista inconteste da vida política brasileira: o Partido da estrela, o Partido dos Trabalhadores. 

Encontro Nacional de Fundação do Partido dos Trabalhadores, PT. Colégio Sion. SP. 10.02.1980. Foto de Juca Martins

Liderados pelo dirigente sindical metalúrgico do ABC, Luiz Inácio da Silva, que posteriormente veio a ser conhecido pelos brasileiros como Lula e contando com um numeroso grupo de dirigentes sindicais, tais como Jacó Bittar, Petroleiro de Paulínia, Olivio Dutra, bancário de Porto Alegre, Avelino Ganzer e Manoel da Conceição, líderes dos trabalhadores rurais do Pará e do Maranhão, Benedita da Silva, liderança negra e favelada do Rio de Janeiro, do herói da Guerra Civil Espanhola e da Resistência Francesa, Apolônio de Carvalho e de intelectuais como Antônio Cândido, Sérgio Buarque de Holanda e Mário Pedrosa, surgiu como a novidade popular que daria o impulso popular na derrota da ditadura. 

Surgido na perspectiva de ser a voz de quem não voz: as classes populares. O Partido desde o seu nascedouro optou em ser um Partido de Massas. Diferentemente dos Partidos comunistas e de movimentos revolucionaristas que viviam seus estertores. Optou também pela crítica à burocratização do modelo de socialismo real do Leste europeu e às limitações da social-democracia europeia. 

Enfrentando as adversidades da disputa política em um cenário de “abertura” controlada pelo regime militar, o Partido foi se constituindo como uma experiência nova e disputando eleições. Foi, no entanto, a partir das eleições municipais de 1988 que o Partido ganhou embocadura para a disputa da primeira eleição presidencial pós ditadura. Que catapultou Lula e o PT como em 1989 como a principal força política do campo democrático brasileiro. 

Defensor da construção do Socialismo-Democrático o PT enfrentou o ódio dos poderosos e a perseguição implacável dos arautos da Casa Grande em passado recente. 

Lutou com sua militância pelo resgate histórico e depois de quatro mandatos e de uma interrupção golpista e de um governo proto-autoritário, volta ao Palácio nos braços do povo.

Esse é o PT. Que ninguém duvide da sua gente e da sua força! 

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