Análise: Atlas reforça quadro geral de estabilidade na aprovação de governo
Matheus Tancredo Toledo
A mais recente pesquisa Atlas, divulgada nesta semana, demonstrou uma recuperação nos patamares de avaliação positiva do governo Lula – em relação ao último levantamento do mesmo instituto. Os dados corroboram com as análises que nós, do Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos da Fundação Perseu Abramo (NOPPE), temos feito em relação aos levantamentos de diferentes institutos ao longo do final do ano anterior e do início deste ano.
A pesquisa indica melhora sensível na aprovação do governo e melhora da imagem pessoal de Lula, que subiu 6 p.p. e chegou a 51% – número próximo da aprovação de seu mandato neste momento. Isso se dá em um quadro comparativo de estabilidade na opinião pública quando visto no período mais longo.
Segundo a pesquisa, realizada entre os dias 28 e 31 de janeiro, a reprovação ao governo recuou de 47,3%, em dezembro de 2023, para 42,8%. Já a aprovação aumentou de 49,6% para 51,7%. A pesquisa possui margem de erro de 1 ponto percentual (p.p.), e foi realizada com 7.405 entrevistas.
A aprovação é maior entre as mulheres (54,6%), os brasileiros e brasileiras com escolaridade fundamental (58,3%), os mais jovens (57,2%), os com renda familiar mensal de até dois salários-mínimos (59,3%), os católicos (55,4%), a população LGBTQIA+ (70,1%), os residentes da região Nordeste (64%) e beneficiários do Programa Bolsa Família (67,9%). A reprovação é maior entre Homens (49%), escolaridade média (47,8%) e superior (47,6%), renda familiar mensal de 3 a 5 salários-mínimos (50,4%) e de 5 a 10 salários mínimos (50,9%), evangélicos (54,8%), residentes na região Sul (54,5%) e Centro Oeste (50%).
Os patamares de aprovação do governo estão bastante próximos dos vistos entre abril e setembro de 2023, como indica o gráfico acima. Isso demonstra que apesar das variações pontuais pesquisa-a-pesquisa, não houve deslocamento considerável da opinião pública brasileira desde o início do terceiro governo Lula – permanecendo estável tanto seu apoio quanto a oposição a ele.
Como chamamos a atenção em nosso último artigo, sobre a pesquisa CNT/MDA divulgada em janeiro, os dados referentes à economia merecem atenção. A percepção negativa sobre a situação econômica do Brasil havia caído de 56% (em abril de 2023) para 43% (em novembro do mesmo ano). Agora, a pesquisa indica que há uma possível retomada desta percepção: em janeiro, foi de 47%, 4 p.p. a mais que o anterior. Ressalte-se que a expectativa de melhora continua majoritária (52% dos entrevistados), ainda que tenha voltado a subir (5 p.p.) a de piora, para 37%.
