“É extremamente grave a revelação de que a Abin foi usada por Bolsonaro para espionar e monitorar ilegalmente ministros, governadores e outras autoridades políticas, adversárias do ex-presidente”, aponta o deputado

Zeca Dirceu defende punição já aos espiões de Bolsonaro: “A casa caiu”

O deputado federal Zeca Dirceu (PT) defendeu nesta sexta-feira (26/1) “punição já” para todos os envolvidos na espionagem de autoridades, políticos, jornalistas e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro. “É extremamente grave a revelação de que a Abin foi usada por Bolsonaro para espionar e monitorar ilegalmente ministros, governadores e outras autoridades políticas, adversárias do ex-presidente. De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), são mais de 30 mil pessoas espionadas. Punição já!”, disse Zeca Dirceu nas redes sociais.

Nessa quinta-feira (25) uma operação da PF apura as ações de organização criminosa instalada dentro da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Bolsonaro. Entre os alvos das investigações está o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou a agência no governo anterior. Segundo a PF, o grupo atuava para “monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas”. Para isso, invadiu clandestinamente telefones dos espionados e usou aplicativos de localização de telefones celulares sem autorização judicial.

“A casa caiu, mais uma vez, para o bolsonarismo. Não se trata de uma Abin paralela e sim de um esquema criminoso de arapongagem para monitorar adversários políticos, travar investigações e fraudar provas de atos criminosos de parentes e pessoas ligadas ao ex-presidente. Isso só tem um nome: fascismo, de triste lembrança para os brasileiros que lutaram contra a ditadura”, completa o líder do PT na Câmara dos Deputados.

Abin paralela

Ainda nas redes sociais, o deputado atentou que os investigados tentaram se explicar perante a opinião pública e se enrolaram ainda mais na teia que criaram para atender seus comparsas. “O celular e um computador da Abin ainda estavam com o deputado Ramagem e o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) tentou explicar e acabou entregando que o pai não confiava na Abin, por isso consultava equipe paralela de inteligência. A confissão do senador é mais uma prova da existência da chamada Abin paralela”, disse.