Em vez de joias, Lula traz acordos de investimento
“Aos nossos ministros e empresários que estão aqui: a gente pode sonhar, em 2030, ter uma balança comercial de um trilhão de dólares. Quem pode dizer que não é verdade? Somos nós, de acordo com a nossa capacidade de trabalho”, disse Lula.
Em viagem pelo Golfo Pérsico desde a quarta-feira, 29/11, Lula visitou três países árabes antes do início da COP 28, em Dubai. Na Arábia Saudita, o presidente esteve com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro Mohamed bin Salman, com quem discutiu investimentos da ordem de US$ 10 bilhões do Fundo Soberano Saudita no Brasil, contemplando projetos em energia limpa, hidrogênio verde, defesa, ciência, tecnologia, agropecuária e infraestrutura ligada ao Novo PAC. Na pauta, os dois líderes também acertaram o aumento das transações comerciais de US$ 8 bilhões para US$ 20 bilhões até 2030.
Ainda na Arábia Saudita, a comitiva brasileira esteve na Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita, reunindo empresários dos dois países, além de participar do Seminário Embraer, onde foram assinados três memorandos de cooperação nas áreas de aviação civil, defesa, segurança e mobilidade aérea urbana. para empresas públicas e privadas.
Em Doha, capital do Catar, Lula compareceu ao Fórum Econômico Brasil – Catar: Oportunidades e Negócios, onde reiterou seu compromisso com a sustentabilidade: “O Brasil vai ser em breve um exportador de sustentabilidade. Temos imenso potencial nos setores de energia solar, eólica, biocombustíveis e hidrogênio verde”.
A Guerra Israel-Gaza também entrou na pauta. Lula conversou com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani, sobre um refém brasileiro na Faixa de Gaza que pode ser libertado em breve. O Catar tem atuado como intermediário entre Israel e o Hamas durante o atual conflito na região.
Brasil na Opep+
No sábado, 2/12, Lula confirmou a entrada do Brasil na Opep+, grupo que reúne dez países produtores de petróleo sem direito a voto. O convite havia sido feito durante a visita de Lula à Arábia Saudita na semana passada, país que é membro regular da Opep (que tem poder de influenciar o preço dos barris de petróleo, ao lado de Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Venezuela, Argélia, Angola, Congo, Emirados Árabes Unidos, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia e Nigéria.
Em Dubai para a COP28, o presidente disse achar importante que o Brasil participe da Opep+: “Eu acho importante a gente participar porque precisamos convencer os países produtores de petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis.”
A agenda de Lula em Dubai contou, ainda, com encontros bilaterais com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki, e o primeiro-ministro da República Democrática da Etiópia, Abiy Ahmed Ali.•