País teve melhor desempenho no Parapan-Americanos e trouxe 343 medalhas para casa; resultados na modalidade são fruto de políticas públicas da área

Fernanda Otero

O OURO VEIO – Brasil supera 100 ouros nos Jogos de Santiago. Nadador
Samuel de Oliveira garante marca histórica

O Brasil quebrou novo recorde de medalhas conquistadas nos Jogos Parapan-Americanos em Santiago, no Chile.  Ficou em primeiro lugar no quadro geral,  com 156 ouros, 98 pratas e 89 bronzes, totalizando 343 medalhas. Novamente, os EUA ficaram na vice-liderança com 166 pódios. A Colômbia ocupou a terceira colocação conquistando 161 medalhas.

O resultado confirma a tradição do Brasil nos esportes praticados por pessoas com deficiência. Em 2019, nos últimos jogos, em Lima, Peru, o Brasil também ficou em primeiro lugar, conquistando  308 medalhas. Desde 2007, quando os jogos foram realizados no Rio de Janeiro, o Brasil promoveu campanhas cada vez melhores e manteve a primeira posição no quadro geral de medalhas.  

O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, ressalta que a delegação em Santiago obteve um resultado extraordinário. Ele comenta que a delegação brasileira superou todas as suas marcas. “Tivemos uma participação muito importante nos Jogos, com atletas jovens — 40% deles disputaram a competição pela primeira vez.” Bolsa Atleta

O programa Bolsa Atleta, criado em 2004 no primeiro governo Lula, destina-se a desportistas que obtêm boas performances em competições nacionais e internacionais, da base ao alto rendimento. Os valores recebidos pelos atletas variam de R$ 370 a R$ 3.100. 

Esses incentivos sofreram um duro revés durante os quatro anos de Bolsonaro, marcados por cortes de recursos e desmontes. Em 2019, o Ministério dos Esportes foi rebaixado a uma secretaria dentro do Ministério da Cidadania. Em 2020, registrou a demissão de dois terços dos funcionários que administravam a Política Nacional de Esporte, e o  Departamento de Incentivo e Fomento ao Esporte dispensou 42 dos 50 funcionários da equipe. Durante a pandemia, Bolsonaro também se negou a oferecer auxílio emergencial aos profissionais da área. 

Análise da Assessoria Técnica da Liderança do PT na Câmara destaca que em 2015, último ano do governo Dilma, a dotação orçamentária destinada ao programa Bolsa Atleta foi de R$ 241 milhões, em valores atualizados. Em 2020, sob Bolsonaro, esse montante foi de apenas R$ 85 milhões. Para o deputado federal Airton Faleiro (PT-PA), membro da Comissão de Esporte da Câmara, o desempenho dos atletas reflete a retomada do desenvolvimento nacional. “É um reconhecimento do esporte como parte da formação do jovem brasileiro e as 343 medalhas que o Brasil obteve no Parapan são o resultado dessas políticas”, afirmou. 

A Proposta de Lei Orçamentária para 2023 enviada por Bolsonaro para o esporte era de apenas R$ 194 milhões. O governo Lula, antes mesmo de tomar posse, conseguiu ampliar a dotação orçamentária para R$ 920 milhões. Além disso, Lula também recriou o Ministério do Esporte.

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