A volta da luz para todos
Governo retoma programa que amplia acesso ao fornecimento de energia e interliga municípios do Norte ao sistema elétrico. “Vamos levar energia a todos os lares brasileiros”, anuncia Lula
O governo Lula retomou na sexta-feira, 4, o programa Luz para Todos que vai beneficiar até 500 mil famílias sem acesso hoje à energia elétrica até o ano de 2026. O programa leva energia elétrica à população rural, em especial no Norte do país e em regiões remotas da Amazônia Legal.
“Nós já recuperamos 40 políticas públicas de inclusão e eu voltei para dizer: a gente vai cuidar da Amazônia. Nós vamos levar energia para milhares de pessoas. Só é contra o Luz para Todos quem não sabe o que é trabalhar com candeeiro, quem não sentiu a fumaça de querosene no nariz”, disse Lula. “O povo quer luz e a coisa mais bonita é que muitas vezes os turistas vão a Paris ver a Cidade Luz. A partir de agora a Cidade Luz chama-se Parintins”.
Lançado por Lula em 2003, o programa tem como objetivo garantir a erradicação da pobreza energética e assegurar o desenvolvimento social e econômico. O relançamento contou com a presença de Lula e do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) em Parintins, no Amazonas.
Mais de 3,6 milhões de famílias foram atendidas com acesso ao serviço público de distribuição de energia elétrica desde o lançamento do programa, há 20 anos. Nessa nova etapa, o desafio é construir políticas de universalização do acesso e uso da energia elétrica ainda mais justas e inclusivas.
“O fornecimento de energia elétrica é serviço essencial e direito fundamental do cidadão, já que visa ao atendimento de suas necessidades básicas. A retomada do programa vai garantir vida digna e cidadania a milhões de brasileiras e brasileiros”, diz Silveira.
Jesiel Prata Fonseca, morador da Vila Amazônia, pequeno povoado em Parintins, relembra de quando energia era sinônimo de luxo. “Quando vim para cá, não havia energia elétrica, apenas um pequeno gerador que funcionava para encher o reservatório de água. As pessoas mal tinham geladeira. Com a chegada da energia, o comércio começou a se desenvolver, as pessoas foram abrindo pequenos negócios, aumentou a renda e a qualidade de vida de todos”, aponta.
Durante a solenidade, realizada em Parintins, Lula oficializou a ligação da cidade, bem como de Itacoatiara, no Amazonas, e de Juruti, no Pará, ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que proporciona o acesso à energia elétrica por fontes limpas e renováveis. “É energia limpa e renovável para a nossa Amazônia. Cerca de R$ 1 bilhão investidos, 2.250 empregos gerados, meio bilhão de reais economizados em diesel por ano. É redução de custos na conta de luz, é descarbonização da Amazônia”, diz o ministro.
Antes da interligação de Parintins ao Linhão de Tucuruí, a cidade dependia de uma usina termelétrica movida a diesel, que consumia cerca de 45 milhões de litros do combustível anualmente. Além dos impactos ambientais, a geração de energia por meio dessa matriz causava poluição sonora e lançava fuligem no ar.
Atualmente, a região amazônica conta com 211 sistemas isolados, que precisam gerar a própria energia a partir de combustíveis fósseis. Estima-se que aproximadamente 3 milhões de pessoas vivem nessas localidades e que, ao substituir a matriz térmica por opções mais sustentáveis 1,5 milhão de toneladas de carbono deixarão de ser lançadas na atmosfera. •