Lula anuncia que proposta do governo é investir R$ 6 bilhões em tecnologia. Programa para o setor está pronto e será levado para discussões no Conselhão de Desenvolvimento

11.07.2023 – Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Conversa com o Presidente no Palácio do Planalto. Brasília – DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo vai apresentar uma proposta de política industrial para ser discutida pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), o Conselhão. Durante a live ‘Conversa com o Presidente’, na terça-feira, 11, Lula destacou que as perspectivas são animadoras. Apenas na área de inovação tecnológica, a previsão é de investimentos da ordem de R$ 6 bilhões.

“A proposta de política industrial será discutida no Conselhão, agora, para que a gente tente transformar aquilo numa política a ser colocada em prática pelo governo. Só para você ter ideia: de inovação, há uma perspectiva de até R$ 6 bilhões. Então, tem que ser uma política industrial para valer”, disse. Lula detalhou que a proposta foi fechada a partir das discussões realizadas durante a reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no início de julho. O encontro marcou a retomada desse colegiado, que foi criado em 2004 e não se reunia desde 2015.

O presidente citou alguns setores que podem ser impulsionados pela nova política industrial brasileira. “Além da gente fazer investimento, inovação, temos que discutir que nicho de indústria a gente vai querer crescer. A gente vai recuperar a indústria de óleo e gás? A gente vai recuperar a indústria naval? A gente vai ter uma indústria de papel e celulose, com papel de fina qualidade, não apenas exportando celulose?”, questionou. Ele acrescentou que a indústria da saúde também está nesse escopo. “O SUS é um grande mercado consumidor”, ressaltou.

Durante a transmissão do programa pela internet, o presidente também comentou avanços na economia e os resultados das políticas do governo para gerar emprego e renda e promover a inclusão social. Além disso, voltou a cobrar a redução da taxa básica de juros (Selic), que o Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto, que insiste em manter no patamar extorsivo de 13,75%, o maior do mundo.

“A economia vai voltar a crescer, a inflação está caindo, e, logo logo, vai baixar a taxa de juros, porque o presidente do Banco Central é teimoso, é tinhoso, mas não tem mais explicação”, afirmou. Com a queda dos juros, o cenário econômico e social do país vai melhorar ainda mais.

“E aí a gente vai começar a melhorar o salário, a gente vai fazer mais políticas de inclusão social, a gente vai investir muito na pequena e média empresa, no pequeno e médio empreendedor, e tudo vai voltar à normalidade nesse país”, apontou. “É isso que eu quero: o Brasil voltar à normalidade, com as pessoas felizes, com as pessoas vivendo bem, com as pessoas convivendo”.

Ainda durante a live, o presidente destacou a importância da reunião técnico-científica da Amazônia, realizada, na semana passada, em Letícia, na Colômbia, quando ele defendeu, ao lado do presidente colombiano, Gustavo Petro, o protagonismo dos oito países amazônicos na defesa da biodiversidade da região.

“Nós queremos pegar toda a Amazônia da América do Sul e fazer disso um instrumento de negociação com o mundo desenvolvido para que a gente possa se desenvolver e gerar empregos para as pessoas que moram na Amazônia: os indígenas, os pescadores, os povos ribeirinhos, as pessoas que moram em comunidades. Nós precisamos fazer com que essa gente tenha dignidade na sua vida, ganhe salário, ganhe uma renda razoável”, disse.

Lula voltou a cobrar dos países desenvolvidos o cumprimento do compromisso de apoiar as nações em desenvolvimento na preservação ambiental. “É preciso que a gente negocie com o mundo desenvolvido. Eles prometeram dar US$ 100 bilhões por ano, em 2019, em Copenhagen, até agora esse dinheiro não saiu. E nós vamos atrás, porque nós estamos juntando todos os países que têm floresta na América do Sul, e estamos juntando os dois Congos, e estamos juntando a Indonésia, que são os países que mais detêm florestas em pé”, afirmou. •

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