Deflação dos alimentos
Efeito Lula: a queda no preço dos alimentos é boa para o povo. Até a mídia reconhece que o governo Lula coleciona vitórias em seis meses. E Fernando Haddad comemora
O povo brasileiro sente os efeitos do jeito do Lula governar o país. Na terça-feira, 11, saíram números importantes: uma deflação de 0,08% em junho foi a mais uma boa notícia decorrente da gestão do governo, um dado considerado um bastante positivo até pela mídia para o país. “Junte-se aí a aprovação, na Câmara, da reforma tributária, na semana passada — talvez a notícia mais importante para a economia em muitos e muitos anos”, apontou o jornal O Estado de S.Paulo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou: “Era o esperado, o Brasil hoje está na melhor situação possível e nós temos tudo para começar um ciclo novo de desenvolvimento”. E completou: “Espero que a gente tenha mais boas notícias a partir de agosto”. No próximo mês, uma nova reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central deve confirmar um corte na taxa Selic — a taxa básica de juros.
O fato é que os efeitos positivos das medidas macroeconômicas adotadas pelo governo nos seis primeiros meses da administração de Lula vão se acumulando e trazem alívio para o bolso das famílias. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou a tendência contínua de queda da inflação. O Índice de Preços ao Consumido Amplo (IPCA) registrou em junho deflação de 0,08%. É a maior queda para o mês desde 2017, quando o índice recuou 0,23%.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, apenas cinco registraram alta. As maiores quedas foram no setor de transportes (-0,55%), alimentação e bebidas(-0,51%) e artigos de residência -0,01%. Os dados, sobretudo no grupo dos alimentos, demonstram que está em curso um aumento progressivo do poder de compra das famílias. No acumulado de 12 meses, a inflação despencou para 3,16%, ante a 3,94% no mês anterior, segundo o IBGE, o menor índice desde setembro de 2020, quando o índice foi de 3,14%.
O índice, portanto, já se encontra dentro do centro da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central (BC), de 3,25%. Mantendo uma política de sabotagem à economia, apesar de todos os indicadores positivos, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem se recusado a aceitar a nova realidade econômica do país. Desde agosto de 2022, o BC mantém a taxa básica de juros, Selic, em inacreditáveis 13,75%, prejudicando a tomada de crédito e a atividade industrial.
O resultado do IPCA chega em um momento importante para o governo. O mercado já dá como certo que a Selic vá começar a cair na próxima reunião. A deflação em junho deve corroborar essas apostas. A melhora no cenário foi captada nas projeções de analistas ouvidos pelo BC no boletim Focus. Em janeiro, a previsão era que o PIB tivesse um crescimento de 0,8% este ano. Na pesquisa divulgada na segunda-feira, 10, o mercado já projetava um PIB de 2,18%. No caso da inflação, a projeção em janeiro era de terminar 2023 em 5,31%. Agora, está em 4,95%, e caindo semana após semana.
Ainda há muitas batalhas pela frente esperando o ministro Fernando Haddad, mas a situação é completamente diversa do que país enfrentou nos últimos anos. Um dos desafios será colocar de pé o arcabouço fiscal, o projeto criado para substituir o teto de gastos, e que dá limites aos gastos do governo.
Outra é evitar que o projeto de reforma tributária seja desfigurado no Senado. Na Câmara, houve concessões a grupos de interesse para que o projeto fosse aprovado. Ainda dentro da reforma tributária, uma nova batalha deve começar em breve: a mudança dos impostos sobre a renda, como IRPF, IRPJ e CSLL.
Haddad já informou que não vai esperar a reforma tributária aprovada na Câmara passar no Senado para enviar a proposta de mudança sobre a tributação da renda. Mas haverá temas fundamentais no caminho, como a cobrança sobre lucros e dividendos e o fim de benefícios fiscais. •