O colchão de segurança
Em quatro meses, Lula aumenta reservas internacionais em US$ 23,3 bilhões. Quando governou o país, de 2003 a 2010, presidente elevou-as de US$ 16,3 bilhões para US$ 288,3 bilhões. Com Dilma, país chegou a US$ 360 bilhões. E Bolsonaro reduziu-as para US$ 324,7 bilhões. Voltamos à normalidade
Depois de quatro anos de farra irresponsável pelo governo da extrema-direita, o Brasil volta a se recuperar e amplia o seu colchão de reservas cambiais. Na última semana, o Banco Central anunciou que o governo Lula conseguiu aumentar as reservas internacionais em US$ 23,3 bilhões desde que o presidente assumiu o cargo, em 1º de janeiro de 2023. Isso é sinal de que os investidores acreditam no novo momento brasileiro.
De acordo com dados do Banco Central, desde 31 de dezembro do ano passado foi verificado um crescimento de 7,2% nas reservas internacionais, que somavam US$ 348 bilhões em 10 de março de 2023. Sob a gestão desastrosa de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro, o Brasil sangrou. Em quatro anos, foi constatada uma perda de US$ 65,8 bilhões em reservas. O Brasil fechou o ano de 2022 com as reservas totalizando US$ 324,7 bilhões.
Reserva internacional é o montante que um país tem em moeda estrangeira. Os valores funcionam como um “seguro” para obrigações no exterior, uma espécie de “colchão de segurança” para o país fazer frente a obrigações no exterior e a choques de natureza externa, como crises cambiais.
O novo governo do presidente Lula repete o que já ocorreu em seus dois mandatos anteriores com relação ao crescimento das reservas internacionais do Brasil. Ao assumir em 2003, as reservas brasileiras somavam apenas US$ 16,3 bilhões. Isso representava grave constrangimento estrutural e fragilizava o país nas crises internacionais, expondo o Brasil à ação especulativa nos mercados financeiros.
Um dos grandes legados dos governos petistas foi ter reduzido significativamente essa vulnerabilidade, ao trocar dívida em dólar por dívidas em reais e, ao mesmo tempo, acumular um grande volume de reservas cambiais. Note-se que entre 2002 e 2015 as reservas cambiais aumentaram mais de 20 vezes, tendo passado de US$ 16,3 bilhões, para US$ 368,7 bilhões.
Ao deixar o governo, oito anos depois, Lula legou ao país um total de US$ 288,6 bilhões. E o Brasil ainda conseguiu fechar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), pagando suas dívidas e, pela primeira vez na história, concedeu um empréstimo ao organismo internacional.
No ano em que o impeachment foi aprovado, levando ao afastamento da então presidenta Dilma Rousseff, o colchão de reservas cambiais já somava US$ 360 bilhões — o equivalente ao câmbio de hoje a mais ou menos R$ 1,7 trilhão.
Desde 2003, ou seja, quando Lula assumiu pela primeira vez, Bolsonaro foi o único presidente que não aumentou as reservas internacionais, quando se compara o primeiro com o último dia de governo de cada um dos mandatários. Em outubro de 2022, quando ocorreram as eleições gerais brasileiras, as reservas caíram para a casa dos US$ 326 bilhões. Foi o patamar mais baixo em 11 anos.
Com o golpe parlamentar, o Brasil só não voltou a quebrar, nos governos Temer e Bolsonaro, por conta das reservas cambiais acumuladas pelos governos do PT. Esse foi o legado dos governos Lula e Dilma.
E é justamente por causa das reservas acumuladas por Lula e Dilma que o Brasil absorveu o impacto cambial da crise mundial 2008/09 — a maior desde os anos 30 do século passado — e atravessou a depressão econômica, sem problemas de escassez de divisas e dificuldades no balanço de pagamentos.
Se não fossem as reservas acumuladas ao longo dos governos do PT, o Brasil teria passado por uma situação ainda mais grave durante a gestão temerária de Paulo Guedes, como condutor da política econômica brasileira. Agora, o Brasil volta a mostrar que tem governo comprometido com o ambiente de negócios, mas também com o bem-estar da população brasileira. •