Brasil consegue reduzir desmatamento da maior floresta tropical do mundo. Com mais recursos, taxa de derrubada da floresta cai a 68% em abril. É vitória da política de respeito ambiental de Lula

Amazon Rainforest in Anavilhanas National Park, Amazonas – Brazil

Dois anúncios internacionais de doação de peso ao Fundo da Amazônia, pelos governos dos Estados Unidos e Reino Unido, aumentam as possibilidades de defesa do meio ambiente e de combate ao desmatamento. Novos recursos são muito bem-vindos para empreender uma batalha e resultados positivos são esperados por todo o planeta.

O investimento na defesa da região já mostra resultados: o desmatamento na Amazônia brasileira caiu 68% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados em 12 de maio.

Independente de valores, há um aspecto relevante: a crença de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá atuar para preservar a região, promover desenvolvimento sustentável e renda para a população local. O Fundo Amazônia foi reativado por decreto de Lula em 1º de janeiro, quando assumiu o governo.

A queda na taxa de desmatamento representa a primeira grande queda da devastação na floresta amazônica desde o início do governo Lula, que prometeu em sua campanha combater duramente o desmatamento ilegal. Dados do Inpe mostram que 328,71 km² foram desmatados na Amazônia em abril, ficando abaixo da média histórica para esse mês, de 455,75 km².

Com isso, reverte-se a trajetória dos primeiros meses do ano, que foi de crescimento do desmate. Considerando o número de abril, o desmatamento na Amazônia em 2023 caiu 40,4% em relação ao mesmo período de 2022, para 1.173 km².

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirma que os recursos anunciados para o Fundo Amazônia são resultado da parceria construída nos últimos três meses e serão importantes para financiar ações estruturantes que a pasta está construindo. Estas ações têm o objetivo de zerar o desmatamento e promover a transição para uma economia sustentável na Amazônia por meio do plano de ação para prevenção e combate do desmatamento na Amazônia, que está em consulta pública desde 10 de janeiro.

O objetivo central do Fundo da Amazônia é captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento. Mas também de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. O fundo apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no restante do Brasil e em outros países tropicais.

O governo dos Estados Unidos anunciou em 20 de abril, durante encontro de chefes de Estado no Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, a doação de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para o Fundo Amazônia, entre outras iniciativas globais de combate ao desmatamento, proteção ambiental, reflorestamento e mitigação da mudança do clima direcionadas ao Brasil.

Ainda no mesmo encontro foi anunciado o aporte inicial de US$ 50 milhões (R$ 250 milhões) no âmbito da estratégia de restauração florestal do BTG Pactual, que busca mobilizar US$ 1 bilhão para restauração 300 mil hectares de terras degradadas no Brasil, Uruguai e Chile. Também serão destinados US$ 200 milhões para ações de redução de emissões do metano nos países em desenvolvimento e US$ 1 bilhão para o Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês).

Após encontro com o presidente Lula em 5 de maio, em Londres, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou um aporte de US$ 100 milhões (cerca de R$ 500 milhões) para o Fundo Amazônia. O premiê afirmou que a decisão é resultado do reconhecimento ao trabalho realizado pelo governo Lula em relação à preservação ambiental.

“Os países ricos precisam compreender que eles têm um débito na emissão, e portanto eles têm de adiantar recursos, pagando essa dívida. Eu quero que cumpram a promessa de 100 bilhões de dólares. Eu vou na COP dos Emirados Árabes cobrar isso”, disse Lula, referindo-se ao compromisso dos países desenvolvidos feito na COP15, em Copenhague, de US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para ajudar os menos desenvolvidos para enfrentar a crise. •

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