Bolsonarismo segue nas redes exalando ódio e rancor. Regina Duarte e Wallace de Souza continuam alinhados ao extremista, que mantém máquina de propaganda funcionando a pleno vapor

Minions: Violência e desumanidade
EXTREMISTAS A ex-secretária Regina Duarte se mantém seguidora fiel do ex-presidente, sem esconder que atua…

No último final de semana, a ex-secretária de Cultura Regina Duarte, famosa por seu bolsonarismo tosco e sem noção, fez uma postagem sobre a tragédia humanitária dos ianomâmi. Sem qualquer resquício de humanidade, ela ironizou as denúncias de casos graves de desnutrição das crianças. O post da atriz, ruralista e criadora de gado no Instagram, provocou várias ondas de comentários negativos.

Na segunda-feira, 30, foi a vez de Wallace de Souza, também apoiador de Bolsonaro, virar alvo de críticas. O jogador de vôlei do Sada Cruzeiro fez uma série de posts em um clube de tiro de Belo Horizonte nos stories do Instagram. Em um, segura uma arma na mão e, em outro, promove uma enquete: “Alguém daria um tiro de 12 na cara do Lula”. O jogador apagou a postagem, mas o print que circulou deixava clara a intenção agressiva do jogador.

“Desumana, cruel, insensível” foram alguns dos adjetivos, entre os mais leves, usados nos comentários ao post de Regina, muitos escritos por ex-colegas de trabalho. A poeta e atriz Elisa Lucinda comentou: “Sua postagem é cruel. Onde será que foi morar a Regina amorosa que conhecíamos? Que postagem é essa?!” Já Paulo Betti lamentou: “Regina, sua atitude é inexplicável! Você é mãe, avó! Respeite a inteligência de quem lê suas postagens e te segue! Respeite o povo ianomâmi”.

Como de costume em seus perfis em rede social, a atriz não respondeu aos comentários mas, nem mesmo diante da repercussão negativa, apagou o texto. Ela parou de tratar do assunto. Passou a fazer campanha para o candidato Rogério Marinho, o bolsonarista derrotado à Presidência do Senado. E segue atacando o governo Lula nas agendas mais regressivas. Em uma das publicações, classifica como “retrocesso” a revogação do decreto de Bolsonaro, que criava salas específicas para alunos especiais.

Os posts de Wallace provocaram reação quase que imediata da ministra do Esporte, Ana Moser: “Antes de atleta, o jogador Wallace é um cidadão brasileiro e deve responder às nossas leis e instituições”. A Advocacia Geral da União anunciou abertura de processo contra o jogador por incitação ao crime. Wallace sentiu e gravou vídeo em que disse ter errado: “Quem me conhece sabe muito bem que eu jamais incitaria a violência em hipótese alguma, contra qualquer pessoa e principalmente o nosso presidente”.

Tarde demais. Já foram enviadas ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Vôlei, à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), à Federação Mineira de Voleibol e à presidência do clube Sada Cruzeiro uma notícia de infração desportiva pelo grupo Prerrogativas. Os advogados apontam que Wallace teria estimulado “o assassinato do senhor presidente da República” e que tal manifestação extrapola a liberdade de expressão. Por enquanto, apenas o clube Sada Cruzeiro tomou medidas disciplinares, suspendendo por tempo indeterminado o jogador. •